São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Em cidade baiana, duas mulheres atuam no setor

MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

"Outro dia, um passageiro pediu para ir segurando na minha cintura. Não deixei porque tem um suporte atrás. Mas ele insistiu dizendo que tinha medo. Tratei logo de gritar: "Então desça e vá andando"." O relato é de uma das duas únicas mulheres que exercem a profissão entre os mais de 600 mototaxistas em Lauro de Freitas (região metropolitana de Salvador).
Com cabelo preso por causa do vento e apenas batom de cacau como maquiagem devido à poeira, a mototaxista Gilmagna Oliveira, 21, conta que o fato de ela ser mulher gera desde piadas machistas até a recusa de passageiros, que preferem ser transportados por homens.
"Alguns dizem que não consigo apoiar os pés no chão porque sou baixinha, outros vêm com aquele preconceito de que mulher no volante é perigo constante", diz Gilmagna, que trabalha há mais de três anos.
Pioneira no ramo, a mototaxista Rosemeire Assunção, 26, diz que boa parte da sua renda vem do ciúme de maridos que proíbem mulheres de serem transportadas por homens.
"Eles acham que os mototaxistas homens podem fazer gracinha ou até mesmo desrespeitar. Por isso me chamam para levá-las", diz Rosemeire.
Mais de 600 mototaxistas atuam em Lauro de Freitas, mas a demanda seria suprida por 200 profissionais, segundo a prefeitura. A atividade foi instituída na cidade em 2006.
"Não vamos criar um problema social reduzindo esse número, já que a própria saturação do mercado dá conta de realizar os ajustes", afirma Abraão Reis, coordenador da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte.


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