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Em cidade baiana, duas mulheres atuam no setor
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
"Outro dia, um passageiro
pediu para ir segurando na minha cintura. Não deixei porque
tem um suporte atrás. Mas ele
insistiu dizendo que tinha medo. Tratei logo de gritar: "Então
desça e vá andando"." O relato é
de uma das duas únicas mulheres que exercem a profissão entre os mais de 600 mototaxistas
em Lauro de Freitas (região
metropolitana de Salvador).
Com cabelo preso por causa
do vento e apenas batom de cacau como maquiagem devido à
poeira, a mototaxista Gilmagna
Oliveira, 21, conta que o fato de
ela ser mulher gera desde piadas machistas até a recusa de
passageiros, que preferem ser
transportados por homens.
"Alguns dizem que não consigo apoiar os pés no chão porque sou baixinha, outros vêm
com aquele preconceito de que
mulher no volante é perigo
constante", diz Gilmagna, que
trabalha há mais de três anos.
Pioneira no ramo, a mototaxista Rosemeire Assunção, 26,
diz que boa parte da sua renda
vem do ciúme de maridos que
proíbem mulheres de serem
transportadas por homens.
"Eles acham que os mototaxistas homens podem fazer
gracinha ou até mesmo desrespeitar. Por isso me chamam para levá-las", diz Rosemeire.
Mais de 600 mototaxistas
atuam em Lauro de Freitas,
mas a demanda seria suprida
por 200 profissionais, segundo
a prefeitura. A atividade foi instituída na cidade em 2006.
"Não vamos criar um problema social reduzindo esse número, já que a própria saturação do mercado dá conta de
realizar os ajustes", afirma
Abraão Reis, coordenador da
Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte.
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