São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2010

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Cidades pequenas de MG e SP se destacam

Dos cem municípios mais bem colocados no Ideb, 80 estão nos dois Estados; pesquisa inclui só redes municipais

Uma das explicações, diz pesquisador, é que Estados têm mais verba e redes de educação mais estruturadas

DO RIO
DE BRASÍLIA

Pequenos municípios do interior de Minas Gerais e de São Paulo dominam a lista das cidades que têm a melhor educação pública.
Das cem mais bem colocadas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) no quinto ano do fundamental, 80 estão nesses dois Estados, metade em cada um. Entre elas, a maior é Formiga, a 195 km de Belo Horizonte, com 67 mil habitantes.
O levantamento considerou apenas as redes municipais de educação, já que são elas, pela Constituição, as principais responsáveis pelo ensino fundamental.
Pela lista divulgada pelo MEC, o município com a melhor quarta série (atual 5º ano) é o paulista Cajuru. Autointitulado "a terra da hospitalidade", fica a 360 km da capital de SP e tem 24.313 moradores. Nele, ficam também quatro das cinco primeiras escolas do ranking.
Já as cidades com mais de 100 mil habitantes têm apenas uma representante na lista. É Sobral (CE), com 182 mil moradores, uma das duas únicas do Nordeste a figurar entre as cem melhores.
A capital mais bem colocada do país, Curitiba, aparece só no 492º lugar. São Paulo, no modesto 1.962º.
Para o pesquisador Simon Schwartzman, do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), há duas explicações. A primeira é o fato de Minas e de São Paulo terem mais recursos e redes de educação mais estruturadas.
A segunda razão está em características comuns a diversos municípios de pequeno porte: são lugares com menos problemas sociais e urbanos, e com menos escolas, o que torna mais simples a intervenção dos governos.
Para Reynaldo Fernandes, professor da USP e ex-presidente do Inep na gestão do atual ministro Fernando Haddad (Educação), é preciso cuidado ao olhar dados sobre cidades menores porque elas tendem a sofrer maior variação de um ano para o outro e estão mais sujeitas a erro.
Isso ocorre tanto por falha no preenchimento dos dados de aprovação por parte dos gestores municipais quanto por uma oscilação normal na média dos alunos, quando se trata de um número reduzido de estudantes avaliados.
Por isso, o MEC estabeleceu um prazo de 30 dias para que a nota seja corrigida.
Sobre o fato de municípios pequenos dominarem o ranking, ele lembra que a maioria dos municípios brasileiros é pequeno. "Eles sempre serão maioria entre os melhores ou os piores."


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