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VIOLÊNCIA
Sequestradores de estudante pediram R$ 10 mil, mas após oito horas reduziram valor; rapaz conseguiu fugir e 2 foram presos
Grupo aceita moto e vídeo como resgate
DO "AGORA"
Um estudante de odontologia
ficou oito horas nas mãos de sequestradores, tempo suficiente
para que o valor pedido pelo seu
resgate caísse de R$ 10 mil para R$
350, uma moto e um videocassete.
Adriano Leite Schirm, 25, conseguiu escapar quando saía do cativeiro, no momento em que os
bandidos o levavam para o local
onde seria pago o resgate. Um dos
sequestradores viu um policial
por perto e o grupo ficou assustado, facilitando a fuga de Schirm.
"Corri por uns oito quarteirões
e me escondi debaixo de um caminhão de feira. Aí parei num
orelhão e liguei para o 190", disse
ontem o estudante.
Quando os policiais chegaram,
Schirm levou-os ao local do cativeiro. Lá, os policiais encontraram os documentos de Emanoel
Costa Almeida, 20, e Daniel Demitrov, 19.
A partir daí, a DAS (Delegacia
Anti-Sequestro) localizou os dois
na casa de Almeida. Aos policiais,
os dois ainda falaram que outro
rapaz, identificado como Jesus de
Deus Aparecido dos Santos, também teria participado do sequestro. Santos ainda está foragido, segundo a polícia.
Schirm, sua namorada, Valéria
Barbosa, 23, e dois amigos foram
abordados pelos criminosos perto das 22h de sábado, quando o
estudante mexia no porta-malas
de seu Ômega, no Tatuapé (zona
leste de São Paulo).
Os sequestradores entraram no
carro com os quatro jovens e
mandaram o estudante dirigir até
um caixa eletrônico.
Como os caixas não funcionam
após as 22 horas, decidiram levar
Schirm como refém. Deixaram
Valéria e os amigos no terminal
São Mateus e seguiram ao local do
cativeiro, no Carrãozinho.
A negociação foi feita com um
amigo do estudante. Os sequestradores pediram R$ 10 mil até as
6h do dia seguinte.
"Meu amigo disse que não tinha
o valor e [eles" foram abaixando.
Até que decidiram ficar com a
moto do meu amigo, que assinaria um documento passando para
o nome deles, R$ 350 da minha
namorada e um videocassete, que
iria amarrado na garupa da moto", afirmou o estudante.
Schirm afirmou que foi bem-tratado pelo grupo durante todo o
tempo em que foi mantido refém.
De acordo com José Eduardo
Zapi, delegado da DAS, os dois rapazes presos não tinham antecedentes criminais, mas conheciam
todos os procedimentos de um
sequestro. "O azar deles foi
Schirm lembrar o caminho de
volta", afirmou o delegado.
De acordo com informações da
Secretaria de Estado da Segurança
Pública, foram registrados 199 sequestros neste ano e houve um
crescimento de 46% dos casos
comparando-se o segundo trimestre de 2001 e o de 2002.
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