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Gritos de guerra do Bope dividem moradores
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Os moradores das Laranjeiras se dividem entre ser contra
ou a favor dos gritos de guerra
dos policiais do Bope durante
os treinamentos pelas ruas do
bairro. Para o capitão pára-quedista reformado, Luís Lousada, 69, as palavras de ordem
são usadas normalmente por
militares durante os exercícios
e servem para levantar a moral
da tropa.
"Alguns refrães possuem trechos fortes, mas isso não significa que eles sejam assassinos
apesar de viverem numa constante guerra."
O militar condena o fato de
jovens de classe média ouvirem
"CDs proibidões" -que enaltecem traficantes- dentro de
carros na porta de colégios. "Os
pais desses jovens deveriam ser
presos e conduzidos à frente de
um juiz de menores para servirem de exemplo. Os meus filhos nunca ouviram estas porcarias", disse.
Já a comerciante Maria de
Jesus, 56, moradora da Rua Eugênio Hussak, disse ter ficado
impressionada com o refrão
que diz: "Homens de preto qual
é tua missão, entrar pela favela
e deixar corpos no chão, homens de preto o que é que você
faz, eu faço coisas que assustam
o Satanás".
Maria diz se sentir mais segura no bairro desde que o batalhão foi instalado na região,
mas acha que a frase causa a
impressão de que os policiais
são matadores e que na favela
só existem marginais.
O universitário Humberto
Luiz, 20, contou que levou um
susto quando descia de motocicleta da casa de sua namorada,
na Rua Pereira Nunes, e se deparou com os PMs do Bope em
exercício e cantando gritos de
guerra. "Fiquei impressionado
e, se morasse numa favela,
morreria de medo deles."
A funcionária pública federal
Nilce Lima, 60, disse nem prestar atenção nos gritos cantados
pelos policiais militares. "O importante para mim é que, depois que eles se instalaram
aqui, os bandidos do Pereirão
deram um sossego para nós e os
pequenos furtos no bairro estão reduzidos a quase nada. Todo mundo teme esses homens.
Se existisse mais uns dois batalhões desses especiais o tráfico
já teria diminuído na cidade",
afirmou.
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