Policiais tentavam recuperar caminhão roubado em favela no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense

Ao menos cem policiais participaram da troca de tiros; cinco pessoas foram presas e armas e drogas apreendidas, de acordo com a polícia

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Ao menos dez pessoas foram mortas e uma baleada ontem em tiroteio entre policiais e supostos traficantes em Duque de Caxias (35 km do Rio). Um policial civil foi baleado.
Ao menos cem policiais participaram da troca de tiros e permaneciam na favela até o início da noite de ontem. Além da apreensão de armas e drogas, cinco pessoas foram presas, de acordo com a polícia.
A operação começou após um carro da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas) ser encurralado na favela da Lagoinha, no bairro Jardim Leal, quando policiais tentavam recuperar um caminhão roubado por volta das 14h de ontem, informou a polícia. Os policiais pediram reforço, e 17 veículos da DRFC foram enviados à favela, além de policiais da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil) e do 15º Batalhão de PM.
A Core enviou ainda um helicóptero para o morro. O 15º Batalhão informou que um dos policiais da Core foi baleado, mas a Polícia Civil ainda não confirmou a informação.
A Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias disse que ao menos dez pessoas baleadas na favela da Lagoinha chegaram mortas ao hospital do município ontem. Uma outra pessoa ficou ferida.

Protesto
Moradores da favela da Lagoinha protestaram na porta do hospital e foram contidos com gás de pimenta. Uma mulher foi detida. Devido à manifestação, a emergência do hospital foi fechada, e pacientes que precisavam de atendimento estavam sendo encaminhados para outras unidades.
De acordo com a PM, o policiamento começou a ser reforçado por mais de 60 policiais no entorno da favela
A Baixada Fluminense, onde fica Duque de Caxias, registrou, de janeiro a maio, 2.598 roubos de veículos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio.
Na Baixada, os autos de resistência, como são chamadas as mortes em confronto com a polícia, somaram até maio 162 casos, 26% do total ocorrido na região metropolitana.
O número de crimes na Baixada aumentou 4,5% nos cinco primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de do ano passado. Foram 48.508 ocorrências.


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