São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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Dia do Orgulho Hétero não é homofobia, afirma Kassab

Prefeito diz que, por ora, não vê motivo para vetar projeto aprovado na Câmara

Segundo ele, trata-se de uma data como outra qualquer, como dia do médico e do professor; decisão sai em 15 dias

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Criar o Dia do Orgulho Hétero em São Paulo não incentivaria a homofobia, na opinião do prefeito Gilberto Kassab (PSD). "É um projeto como outro qualquer", afirma.
Em entrevista ontem, Kassab disse que sua assessoria ainda está estudando o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, que prevê a data oficial em todos os terceiros domingos de setembro.
Mas ele afirmou que, em primeira análise, não há motivo para vetar a ideia de autoria do vereador Carlos Apolinário (DEM). "A abordagem inicial é que é um dia como qualquer dia. Tem dia do médico, dia do professor", disse.
"Talvez não se encontre nenhuma ilegalidade e é possível que seja encaminhado para sanção. Em princípio, a Câmara tem todo o direito de estabelecer os dias que ela julgar adequados", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de vetar o projeto por falta de interesse público, Kassab desconversou. "Por isso que vamos aguardar a ATL [assessoria técnico-legislativa]. Ela avalia justamente essas coisas", disse Kassab.
O prefeito tem 15 dias para sancionar ou vetar o texto.
A iniciativa já ganhou até repercussão internacional. Os sites das revistas "Forbes" e "Newsday" deram destaque ao "Straight Pride Day".
A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) pediu veto ao projeto.
O assunto chegou a ser um dos mais comentados do Twitter em todo o mundo.
Um abaixo-assinado criado na internet por uma militante gay da Baixada Santista tinha, até ontem à noite, cerca de 2.500 apoiadores.
Para Kassab, "todas as manifestações são muito bem-vindas". "A gestão, qualquer que seja ela, tem de ser a gestão do diálogo. A cidade é de 11 milhões de pessoas", disse.
O projeto de autoria de Apolinário, membro da igreja Assembleia de Deus, é uma reação à Parada Gay.
O vereador do DEM critica o fato de a Parada poder ser realizada na avenida Paulista e a Marcha Para Jesus, não.
Apolinário afirma ainda que sua ideia é "resguardar a moral e os bons costumes".
O projeto de lei de Apolinário foi aprovado na terça com a presença de 50 vereadores e manifestação contrária de 19. Cinco parlamentares não registraram presença.


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