São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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Jovens são atropelados na faixa de pedestre

Os dois morreram ao atravessar avenida; carro que acertou os primos estava em alta velocidade, afirma testemunha

Outro motorista que estava envolvido no acidente fez um retorno proibido; eles pagaram fiança e foram soltos

LÉO ARCOVERDE
DO "AGORA"

Dois motoristas desrespeitaram as leis de trânsito, bateram em um cruzamento no bairro Campo Grande (zona sul de SP) e mataram dois primos que atravessavam a avenida Engenheiro Eusébio Stevaux na faixa de pedestres. O acidente aconteceu às 11h40 de anteontem.
O operador de telemarketing Welton Gama dos Santos, 26 anos, e o motorista Geçonei Gama Santos, 27, seguiam a pé para o shopping SP Market quando foram atingidos por um Kadett. O veículo era dirigido pelo mecânico Antonio Teixeira Gomes, 54.
Segundo relato de uma testemunha à polícia, Gomes cruzou o sinal vermelho em alta velocidade. Antes de atropelar, bateu na Ranger do técnico de eletrônica Agnaldo Aparecido Gonçalves.
De acordo com a testemunha, Gonçalves também errou ao fazer um retorno no local -o que é proibido.
Welton morreu na hora. Geçonei foi levado ao hospital, mas não resistiu. Os motoristas também foram socorridos e liberados em seguida.

CULPOSO
Mesmo com o relato da testemunha do acidente, o delegado Erlei Henrique Coetti indiciou os motoristas sob a suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Ambos foram libertados após cada um pagar R$ 1.090 de fiança.
O pai de Welton, Eudalson Sousa dos Santos, 49, criticou o delegado. "É revoltante perder um filho e um sobrinho dessa forma e ver os culpados saírem livres".
A 6ª Delegacia Seccional, responsável pelas delegacias da região, informou, em nota, que o delegado "esteve no local do acidente, analisou os fatos e, com base em testemunhos, entendeu que, embora tenha havido um desrespeito às leis de trânsito, não houve dolo (intenção)".
A reportagem não conseguiu localizar ontem o delegado. O chefe da Polícia Civil, delegado Marcos Carneiro Lima, disse que a orientação dada aos delegados é que seja registrado como doloso quando o motorista assume o risco de matar.
Por telefone, o motorista do Kadett negou ter cruzado o sinal vermelho e disse "não ter mais nada a declarar". A reportagem não localizou ontem o dono da Ranger.


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