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Sem gravar os diálogos dos maquinistas, SuperVia descumpriu o próprio regimento
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A SuperVia - que administra
os trens que se chocaram na
quinta passada e mataram oito
pessoas em Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense- contrariou o seu próprio regimento ao
não gravar os diálogos mantidos entre os maquinistas.
A concessionária tem um regimento interno, o Regulamento Operacional da SuperVia,
que determina a gravação de
todo o áudio enquanto os trens
estiverem em operação, segundo a Folha apurou. O documento foi submetido à Agetransp (agência reguladora de serviços de transportes do
Rio), que o aprovou em 2004.
A SuperVia está colhendo
depoimentos dos maquinistas
e funcionários envolvidos na
colisão para descobrir por que
o áudio das duas composições
não foi gravado. A gravação é
também uma recomendação
da agência.
A investigação que a Agetransp vem fazendo desde a última sexta-feira também vai
apurar essa falha. Caso o laudo
da Agetransp, que será liberado
em 25 dias, constate o descumprimento, a agência multará a
SuperVia em 0,01% do seu faturamento neste ano. Conforme divulgou na última sexta, a
SuperVia prevê lucrar R$ 14
milhões.
A Supervia afirmou ontem
que, normalmente, seu sistema
de áudio fica aberto permanentemente a partir do momento
em que o maquinista entra na
composição.
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