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Preço de plano pode subir, dizem operadoras
Atualização da lista de procedimentos médicos aumenta o custo das empresas, afirma presidente de associação do setor
Arlindo Almeida diz que será preciso esperar alguns meses após a entrada em vigor da nova lista para as operadoras avaliarem impacto da medida
Eduardo Knapp - 13.fev.08/Folha Imagem
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Paciente em clínica odontológica; proposta da ANS prevê que planos cubram tratamento de coroa
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando a cobertura dos planos de saúde é ampliada, a tendência é de aumento nos preços. É o que afirma Arlindo de
Almeida, presidente da Abramge (Associação Brasileira de
Medicina de Grupo), entidade
que representa o maior segmento de operadores de planos
de saúde do país.
Almeida, que participou das
reuniões na ANS para a elaboração da nova proposta, afirma
que vários procedimentos que
serão incluídos não são feitos
"todo dia". Mesmo assim, diz,
"há um grande problema que é
a somatória de procedimentos
a cada atualização da lista, o
que traz custos às operadoras".
Ele diz que será preciso esperar alguns meses após a entrada
em vigor da nova lista -o que
ocorrerá em abril- para que as
operadoras possam fazer seus
cálculos e medir o impacto.
Contudo, alerta que esse impacto foi sentido nas últimas
atualizações feitas pela ANS.
Para exemplificar o impacto
da inclusão de procedimentos
ele cita um estudo do IESS
(Instituto de Estudos em Saúde
Suplementar). Segundo a pesquisa, houve um aumento de
10% nos custos das operadoras
neste ano em relação a 2008.
Entre os vários fatores para o
aumento, explica, estão a crise
econômica e também a atualização da lista de procedimentos em 2008, já que os usuários
passaram a utilizar progressivamente os novos serviços.
Insatisfação
A lista de procedimentos tradicionalmente é alvo de manifestações de insatisfação de todos os setores envolvidos. As
operadoras acham que podem
ter prejuízos; usuários e a classe médica reclamam de não
contar com a cobertura para
vários procedimentos.
Para Márcio Bichara, da área
de saúde suplementar da Fenam (Federação Nacional dos
Médicos), há um problema no
conceito da elaboração da lista
que é o da cobertura mínima.
"O usuário se sente ludibriado quando precisa de um procedimento que não está na lista
e, às vezes, acaba tendo que ir à
Justiça para ter esse direito."
Ele diz que há mais de mil
procedimentos -de uma classificação hierarquizada reconhecida pela classe médica-
que não são obrigatórios aos
planos. Ele cita como exemplo
determinados tipos de transplantes. Alguns deles, como o
de fígado, não precisam ser cobertos pelas operadoras.
Odontologia
Um dos setores que se diz
mais prejudicado é o de odontologia. Ricardo Duarte, dentista e representante da ABO (Associação Brasileira de Odontologia) na câmara técnica da
ANS que revisa a lista de procedimentos, afirma que a inclusão dos procedimentos dentários ainda é bastante defasada.
"As operadoras deveriam cobrir pelo menos o mínimo do
mínimo, que são os procedimentos que restabelecem a
função de um dente", diz.
Ele ressalta que os procedimentos de colocação de coroa e
bloco são fundamentais nesse
sentido e tratam dentes que
têm problemas que passam de
uma "simples cárie".
Duarte critica a posição das
operadoras de planos que
atuam na área odontológica.
Segundo ele, essas empresas
impõem inúmeras dificuldades
para que os procedimentos
odontológicos sejam cobertos.
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