|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ALFREDO COLOSIMO (1923-2009)
O tenor despediu-se com uma ópera
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi aos versos de "Non ti
scortar di me" ("Não te esqueças de mim") que Alfredo
Colosimo se despediu do público no último 1º de agosto.
Menos de um mês após a
apresentação, o tenor morreu, vítima de um infarto.
Homenageava Maria Teresa Pérez, "a mulher que ele
mais amava", sua ex-aluna,
com quem casara havia 15
anos. Sua última apresentação pública foi na Academia
de Música Lourenço Fernandes, onde lecionava.
A primeira foi em 1949, no
Teatro do Estudante, no Rio
de Janeiro, cantando "Madama Butterfly". Logo no ano
seguinte, estava nos palcos
do Theatro Municipal do
Rio, no papel principal da
ópera "O Trovador".
Nas décadas de 1950 e
1960, cantava em média 30
óperas por ano -incluindo
apresentações na Argentina,
Itália e Alemanha. "Cantou
sem parar por 21 anos" até
que as óperas começaram a
rarear no Municipal.
Passou a dar aulas, aos 48
anos. Dizia que todos têm
um potencial artístico inato.
Ele mesmo descobriu o seu
por acaso: criança, cantava a
plenos pulmões, para descontentamento dos vizinhos,
enquanto pegava água no poço perto da casa onde nasceu.
Morreu no último dia 27
de agosto, aos 85. Deixou a
mulher, um filho, sete netos
e três bisnetos. E, sem saber,
uma última lembrança à Maria Teresa, quando, apesar
dos cabelos e da barba branca
cantou com a voz vigorosa:
"Eu te amo sempre mais/ No
meu sonho tu permaneces".
coluna.obituario@uol.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Foco: Livro conta a história dos judeus de SP por meio do cemitério da Vila Mariana Índice
|