São Paulo, sábado, 05 de setembro de 2009

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ALFREDO COLOSIMO (1923-2009)

O tenor despediu-se com uma ópera

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi aos versos de "Non ti scortar di me" ("Não te esqueças de mim") que Alfredo Colosimo se despediu do público no último 1º de agosto.
Menos de um mês após a apresentação, o tenor morreu, vítima de um infarto.
Homenageava Maria Teresa Pérez, "a mulher que ele mais amava", sua ex-aluna, com quem casara havia 15 anos. Sua última apresentação pública foi na Academia de Música Lourenço Fernandes, onde lecionava.
A primeira foi em 1949, no Teatro do Estudante, no Rio de Janeiro, cantando "Madama Butterfly". Logo no ano seguinte, estava nos palcos do Theatro Municipal do Rio, no papel principal da ópera "O Trovador".
Nas décadas de 1950 e 1960, cantava em média 30 óperas por ano -incluindo apresentações na Argentina, Itália e Alemanha. "Cantou sem parar por 21 anos" até que as óperas começaram a rarear no Municipal.
Passou a dar aulas, aos 48 anos. Dizia que todos têm um potencial artístico inato.
Ele mesmo descobriu o seu por acaso: criança, cantava a plenos pulmões, para descontentamento dos vizinhos, enquanto pegava água no poço perto da casa onde nasceu.
Morreu no último dia 27 de agosto, aos 85. Deixou a mulher, um filho, sete netos e três bisnetos. E, sem saber, uma última lembrança à Maria Teresa, quando, apesar dos cabelos e da barba branca cantou com a voz vigorosa: "Eu te amo sempre mais/ No meu sonho tu permaneces".

coluna.obituario@uol.com.br


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