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Computador transforma aulas em escola de SP
Uso do laptop despertou interesse de estudantes e aumentou as notas
Escola municipal é uma das que integram um projeto-piloto do MEC; meta é dar equipamento para mais 300 colégios
GUILHERME VOITCH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O microcomputador XO
tem cerca de 1,5 kg, menos de
25 cm tanto no comprimento
quanto na largura e lembra
um brinquedo infantil.
Em 2007, ele passou a ser
usado em sala de aula, na escola municipal Ernani Silva
Bruno, em Taipas, zona norte
de São Paulo, como parte do
programa Um Computador
por Aluno, do MEC (Ministério da Educação).
O computador com jeito de
brinquedo mudou a realidade do colégio. Em 2007, o 9º
ano da escola teve 3,4 de nota
no Ideb (avaliação do MEC
que leva em conta as aprovações e o desempenho em português e matemática).
No ano passado, a média
dos alunos na avaliação subiu para 4,5, superando a
meta de 4,2 projetada pelo
próprio ministério.
O sucesso do projeto levou
a Escola Politécnica da USP a
produzir uma série de vídeos
que contam como professores e alunos têm utilizado o
computador em sala.
Finalizados há um mês, os
vídeos estão disponíveis no
YouTube (http://migre.me/
17Kb4) e podem auxiliar outros educadores. "É uma experiência que precisa ser levada para outras escolas e
professores", afirma Lídia
Chaib, autora do vídeo.
Com o XO, os alunos do Ernani Silva Bruno treinam redação fazendo blogs, estudam geografia e ciências com
ajuda da internet e aprendem a pronúncia das palavras em inglês com um programa de tradução.
Os educadores da rede
particular, onde o uso da informática é mais comum,
aprovam a experiência.
"Com a tecnologia e um
professor preparado, você
consegue dar um salto de
qualidade", afirma Almir
Brandão, diretor do Centro
de Pesquisa e Tecnologia do
Grupo Unip-Objetivo.
"O uso do computador
permite ao aluno com dificuldade ir atrás do reforço e ao
aluno adiantado buscar algo
mais do que está na aula expositiva", afirma Nilson Curtis, diretor-superintendente
do Sistema COC de Ensino.
O aluno Jéferson Rodrigues Gomes, 11, é um exemplo do impacto que os computadores trouxeram à escola municipal. No ano passado, ele teve seu primeiro contato com o laptop. Deu tão
certo que o garoto foi selecionado para ser monitor.
Assim como a escola Ernani Silva Bruno, outras quatro
instituições participam do
projeto-piloto do MEC, com
computadores doados pela
ONG One Laptop Per Child.
Todas atingiram suas respectivas metas no Ideb e apenas
uma não teve aumento de
nota entre 2007 e 2009.
A previsão do ministério é
que, até o final do ano, outras
300 escolas de todo Brasil recebam os laptops, a um custo
de R$ 550 por máquina.
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