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VIOLÊNCIA
Pediatra é morta ao reagir a tentativa de assalto em estacionamento de posto de saúde na zona leste
Fugitivo da Febem é suspeito de matar médica em frente a hospital em SP
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
A médica pediatra Lucy Mayumi Udakiri, 39, foi morta ontem
de manhã por dois assaltantes
-que aparentavam ser menores- após parar o seu carro no
estacionamento do posto de saúde da prefeitura onde trabalhava,
em Itaquera (zona leste de SP).
A polícia suspeita que o crime
tenha tido a participação de um
adolescente fugitivo da Febem conhecido como Baianinho e temido na Cohab José Bonifácio, onde
se localiza o posto municipal onde ocorreu o crime. Testemunhas
dizem que a médica morreu porque reagiu ao assalto.
Às 6h45, Lucy estacionou seu
Gol azul a 20 metros da porta
principal do posto de saúde. Nesse momento, segundo a médica-chefe do posto, Marisa Palma, havia cerca de 30 pessoas aguardando em fila o início do atendimento, que ocorre diariamente às 7h.
Testemunhas contaram que,
depois que a médica desligou o
motor, um jovem saiu da fila e outro de perto do portão da unidade
e se aproximaram da pediatra,
ainda no interior do carro.
"Um deles tomou a chave do
carro da médica e ainda mandou
que ela entregasse a bolsa, o que
ela se negou a fazer. O ladrão puxava e a médica segurava a bolsa.
Depois só ouvi dois disparos",
contou o vigilante desempregado
Fernandes Benettão. Os tiros
acertaram o tórax da vítima.
Benettão afirmou que, após levar os tiros, Lucy saiu do carro e
engatinhou por 2 metros em direção à porta do posto de saúde.
Sem força, a pediatra parou de se
arrastar, bateu a cabeça no chão e
foi levada a um hospital próximo,
onde chegou morta.
De acordo com testemunhas, os
assaltantes fugiram a pé. Eles não
levaram nada de valor da vítima.
O delegado Pietroantonio Araújo, titular do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Seccional de
Itaquera, disse que Fernandes Benettão viu "semelhança" entre
um dos adolescentes que abordou
a médica e Baianinho. "Não podemos afirmar que foi o Baianinho
que participou desse crime." Segundo o delegado, o reconhecimento fotográfico de Baianinho
seria de 50%. Esse jovem é suspeito de cerca de dez homicídios na
região.
Benettão disse à Folha que existem "algumas semelhanças nos
traços" do ladrão e do jovem suspeito que lhe foi mostrado por
meio de foto, na delegacia.
Para a chefe da unidade de saúde, os assassinos de Lucy não aparentavam estar preocupados em
ser reconhecidos. "Um deles chegou até a conversar com uma senhora que estava na fila. Realmente, esses criminosos não têm
mais medo de nada. São Paulo está doente."
O administrador de empresas
Sérgio Udakiri, irmão de Lucy,
disse que ela trabalhava como pediatra havia 13 anos. No posto
municipal, estava havia nove
anos. À tarde, Lucy trabalhava em
um posto do Estado. Ela não era
casada e morava com uma irmã.
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