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VIOLÊNCIA
Vizinha foi presa em flagrante acusada de atear fogo em barraco; 6 das vítimas tinham menos de 5 anos
Incêndio mata 8 da mesma família no PR
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Nova América da Colina
Um incêndio na madrugada de
anteontem em Nova América da
Colina (norte do PR) provocou a
morte de oito pessoas, todas da
mesma família.
Seis das vítimas eram crianças
com menos de 5 anos de idade. A
polícia afirma que o incêndio foi
criminoso.
A bóia-fria Terezinha Martins,
40, foi presa em flagrante acusada
de ter ateado fogo no barraco onde estavam as vítimas. Ela negou
a autoria do crime.
Presa desde domingo em Assaí
(norte do PR), Terezinha Martins
admitiu, no entanto, que no último dia 27 tentou atear fogo à casa. Terezinha havia brigado com
uma das vítimas, Maria Aparecida da Silva, 20.
A tragédia só não foi maior porque três moradores da casa, um
barraco no bairro Água da Mina,
em Nova América da Colina (365
km de Curitiba), estavam fora de
casa no momento do incêndio.
Morreram no local Maria Aparecida da Silva, 20, que estava grávida de três meses, seus filhos Erivaldo Luis da Silva, 5, Gislaine
Marques da Silva, 3, e Willian
Marques da Silva, 2, e seu sogro,
Ancelmo Mendes da Silva, 47.
As outras três vítimas foram
Gilmar da Silva Cardoso, 3, Luis
Carlos Cardoso Júnior, 2, e o bebê
Jorda da Silva Cardoso, de 2 meses de idade.
Josiana da Silva, 18, mãe de três
dos mortos disse que no momento do incêndio, estava com a mãe,
Maria de Fátima da Silva, 36, e o
cunhado, Wilsom Mendes da Silva, 24, visitando parentes.
"Quando chegamos, avisados
por amigos, a casa já estava toda
queimada", afirmou.
O delegado de Assaí, Maurílio
Antônio Avelar, 47, disse ontem
que já tem depoimentos que
mostram "a autoria do crime de
homicídio qualificado, apesar da
negativa de Terezinha".
O adolescente Agnaldo Firmino da Silva, 13, afirmou que viu,
às 22h30 do último sábado, Terezinha Martins com uma "lata de
óleo queimado ao lado da casa
que foi incendiada".
Silva disse que "não deu importância ao fato porque eles eram
vizinhos". Segundo ele, quando
viu o fogo, notou que Terezinha
havia "se trancado em casa".
Terezinha Martins, que mora
cerca de cem metros de distância
da casa incendiada disse que se
fechou em casa porque estava
com medo. "Todo mundo sabia
da minha briga com a Aparecida
e podiam pensar que eu tinha botado fogo".
Ela e Maria Aparecida haviam
brigado por uma lata de óleo de
cozinha, no dia 27. "Ela (Maria
Aparecida) disse que eu tinha
roubado a lata."
No domingo pela manhã, a Polícia Civil encontrou no quintal
da casa de Terezinha Martins um
galão com restos de óleo diesel.
Segundo o delegado Avelar, Terezinha Martins foi levada para a
delegacia de Assaí "para evitar alguma tentativa de vingança, pois
muitos falavam em linchamento
na cidade".
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