São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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FAMÍLIA
Pastoral da Criança lista "mandamentos" para evitar agressão de pais contra filhos
Cartilha combate violência familiar

Lili Martins/Folha Imagem
FHC ao lado de imagem de são Francisco de Assis que recebeu de d.Paulo Evaristo Arns, durante um encontro com representantes da coordenação nacional da Pastoral da Terra, no Planalto


da Sucursal de Brasília

A Pastoral da Criança lançou ontem campanha nacional para prevenir a violência contra a criança por parte dos pais e no ambiente familiar em geral. Segundo a pastoral, mais da metade dos casos de violência contra a criança no Brasil ocorrem dentro de casa.
Zilda Arns Neumann, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, afirmou que a campanha "A Paz Começa em Casa" pretende atingir 3.166 municípios de todos os Estados brasileiros. A pastoral trabalha hoje em 30.094 diferentes comunidades.
A campanha contará com 136 mil voluntários em todo o país, que esperam visitar e acompanhar a vida de 1 milhão de famílias. Esses líderes comunitários vão entregar a elas um papel com os "dez mandamentos" para a paz em casa.
O folheto estimula os pais a ensinar sem bater, a dar bons exemplos, a respeitar as diferenças e a se divertir com os filhos.
A campanha será veiculada por meios de comunicação, por intermédio de parcerias, sem custo.

ONU
Zilda Arns, o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Raimundo Damasceno, e dom Paulo Evaristo Arns entregaram ontem ao presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio do Planalto, um documento com sugestões para a paz na família.
O mesmo texto está sendo recebido por governadores e prefeitos de todo o país. O secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, e o ministro da Justiça, José Carlos Dias, participaram do encontro.
A pastoral reivindica o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, o combate ao trabalho infantil e um maior investimento nas áreas de infância, saúde e educação.
"O Brasil está melhorando. Devemos priorizar as áreas de pobreza com programas de desenvolvimento local que integrem o governo, as ONGs (organizações não-governamentais) e as famílias", disse Zilda Arns.
No mesmo documento, ela pediu que FHC proponha à ONU (Organização das Nações Unidas) o perdão de parte da dívida externa, para que esses recursos sejam aplicados na área social dos países pobres e em desenvolvimento.
"O presidente apoiou a idéia", afirmou Zilda Arns. Segundo ela, o presidente vai encaminhar a proposta à ONU.
Consultada pela Folha, a assessoria do Palácio do Planalto não confirmou essa informação até as 19h15 de ontem.


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