São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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Plantão Médico

"Clínica de varejo" causa polêmica

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

O Código de Ética Médica no Brasil não admite consultórios médicos em locais de venda de remédios, como as farmácias, ou de outros produtos, como os encontrados em supermercados.
Mas nos Estados Unidos surgiu uma inovação perturbadora, relacionada aos doentes que não dispõem do seu tradicional médico de família ou não mantêm seguro-saúde.
São cerca de mil as chamadas "retail medical clinics" (varejo de consulta médica, em tradução livre), e a estimativa é que essas clínicas passem para 6.000 nos próximos três anos.
O professor Ateev Mehrotra, junto a colaboradores da faculdade de medicina de Pittsburgh (EUA), em pesquisa patrocinada pela Rand Corporation, uma organização sem fins lucrativos, observou que 90% dos clientes dessas clínicas as procuraram por situações pouco complicadas, como problemas respiratórios, sinusite, dor de garganta ou de ouvido, conjuntivite, infecção urinária ou para realização de exames de sangue e para check-up.
O estudo, publicado na revista "Health Affairs" deste mês, analisou 1,3 milhão de visitas a esse tipo de consultório médico, entre 2000 e 2007. A qualidade do atendimento médico não foi analisada, mas foi observado que os pacientes são pessoas que não usam rotineiramente os serviços governamentais de saúde ou de convênios.
Para esses doentes, a conveniência oferecida por esses locais (não há controle médico posterior) é mais importante do que uma adequada relação médico-paciente ou a continuidade do tratamento.

julio@uol.com.br


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