São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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"Ele não está escondido", afirma irmão de suspeito

Thiago diz que Felipe Pradella foi localizado pela PF para dar esclarecimentos

Felipe trabalhava para consórcio responsável pelo Enem e, segundo seu irmão, mantém a mesma rotina e "não tem o que esconder"

DA REPORTAGEM LOCAL

O irmão de Felipe Pradella -empregado do consórcio Connasel, responsável pelo Enem e principal suspeito de ter extraviado a prova- declarou por volta das 15h de ontem à Folha que ele já havia sido localizado "normalmente" pela Polícia Federal e que não estava "escondido". A PF nega.
"Ele tem residência fixa e continua com a rotina do mesmo jeito. Não tem ninguém escondido", afirmou Thiago Pradella, sem querer, no entanto, falar do paradeiro do irmão.
"Ele não está foragido. Não tem nenhum mandado [de prisão contra ele]. Houve só um pedido de esclarecimentos."
A Folha esteve em endereços atribuídos a Felipe Pradella ontem em Osasco (Grande SP), mas não conseguiu localizá-lo.
Segundo Thiago, seu irmão recebeu intimação -ou "convite", conforme fez questão de "corrigir" em seguida- para prestar depoimento hoje.
Thiago não quis adiantar nada sobre a versão de Felipe Pradella, alegando não ter as informações detalhadas. Disse que, na hora oportuna, algum advogado dará os esclarecimentos.
Diante da insistência da reportagem -que falou com ele por telefone-, Thiago não admitiu nem rebateu as suspeitas sobre a participação de seu irmão no extravio da prova do Enem. Limitou-se a dizer: "Não tem o que esconder. A verdade é a verdade. O que ele fez ou não fez vai ser falado [em depoimento à PF]". Os dois irmãos têm ligações estreitas com grupos de capoeira.
Felipe Pradella havia sido contratado temporariamente pela Cetro, uma das três empresas do consórcio Connasel. Ele foi admitido para atuar na Plural, gráfica contratada para imprimir as provas. É apontado como um dos homens que mostraram parte do exame ao jornal "O Estado de S.Paulo".
De acordo com policiais ouvidos pela Folha, Felipe já teve duas passagens pela polícia -uma sob a acusação de dirigir embriagado (em 2005) e outra por soltar balões (em 2007).

DJ
O DJ Gregory Camilo Craid, 26, indiciado pela PF sob acusação de participar do vazamento do Enem, recusou-se ontem a dar entrevista à Folha.
Por celular, disse: "Tudo o que tinha para falar já foi falado para a Polícia Federal. Procure a assessoria de imprensa deles." Questionado a respeito de como teve acesso à prova, ele buscou encerrar a conversa: "Não quero ser indelicado com você. Espero que você zele pela minha privacidade, que é um direito meu", completou.
O pai de Gregory, Antonio Craid, é advogado e assessor jurídico da Câmara de Barueri. Ele, no entanto, não deverá cuidar do caso do filho.

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