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"Ele não está escondido", afirma irmão de suspeito
Thiago diz que Felipe Pradella foi localizado pela PF para dar esclarecimentos
Felipe trabalhava para consórcio responsável pelo Enem e, segundo seu irmão, mantém a mesma rotina e "não tem o que esconder"
DA REPORTAGEM LOCAL
O irmão de Felipe Pradella
-empregado do consórcio
Connasel, responsável pelo
Enem e principal suspeito de
ter extraviado a prova- declarou por volta das 15h de ontem
à Folha que ele já havia sido localizado "normalmente" pela
Polícia Federal e que não estava "escondido". A PF nega.
"Ele tem residência fixa e
continua com a rotina do mesmo jeito. Não tem ninguém escondido", afirmou Thiago Pradella, sem querer, no entanto,
falar do paradeiro do irmão.
"Ele não está foragido. Não
tem nenhum mandado [de prisão contra ele]. Houve só um
pedido de esclarecimentos."
A Folha esteve em endereços atribuídos a Felipe Pradella
ontem em Osasco (Grande SP),
mas não conseguiu localizá-lo.
Segundo Thiago, seu irmão
recebeu intimação -ou "convite", conforme fez questão de
"corrigir" em seguida- para
prestar depoimento hoje.
Thiago não quis adiantar nada sobre a versão de Felipe Pradella, alegando não ter as informações detalhadas. Disse que,
na hora oportuna, algum advogado dará os esclarecimentos.
Diante da insistência da reportagem -que falou com ele
por telefone-, Thiago não admitiu nem rebateu as suspeitas
sobre a participação de seu irmão no extravio da prova do
Enem. Limitou-se a dizer:
"Não tem o que esconder. A
verdade é a verdade. O que ele
fez ou não fez vai ser falado [em
depoimento à PF]". Os dois irmãos têm ligações estreitas
com grupos de capoeira.
Felipe Pradella havia sido
contratado temporariamente
pela Cetro, uma das três empresas do consórcio Connasel.
Ele foi admitido para atuar na
Plural, gráfica contratada para
imprimir as provas. É apontado como um dos homens que
mostraram parte do exame ao
jornal "O Estado de S.Paulo".
De acordo com policiais ouvidos pela Folha, Felipe já teve
duas passagens pela polícia
-uma sob a acusação de dirigir
embriagado (em 2005) e outra
por soltar balões (em 2007).
DJ
O DJ Gregory Camilo Craid,
26, indiciado pela PF sob acusação de participar do vazamento do Enem, recusou-se
ontem a dar entrevista à Folha.
Por celular, disse: "Tudo o
que tinha para falar já foi falado
para a Polícia Federal. Procure
a assessoria de imprensa deles." Questionado a respeito de
como teve acesso à prova, ele
buscou encerrar a conversa:
"Não quero ser indelicado com
você. Espero que você zele pela
minha privacidade, que é um
direito meu", completou.
O pai de Gregory, Antonio
Craid, é advogado e assessor jurídico da Câmara de Barueri.
Ele, no entanto, não deverá
cuidar do caso do filho.
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