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SEGURANÇA SOB AMEAÇA
Governador disse que, apesar de atentados, não irá retroceder; secretário diz que já identificou autores da operação, mas ninguém está preso
Para Alckmin, reação "não vai ser a última"
DA REPORTAGEM LOCAL
Horas após a ocorrência de novos atentados contra a polícia de
São Paulo, o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) admitiu que pode haver novas ações organizadas
pela facção criminosa PCC em
São Paulo. "Não é a primeira reação e, certamente, não vai ser a última", afirmou. Para o tucano,
"quadrilha, tenha ela a sigla que
tiver, sempre vai existir".
Como nas ofensivas criminosas
anteriores, Alckmin atribuiu a
onda de atentados a "uma reação
desesperada dos bandidos" às
medidas tomadas pela polícia e ao
endurecimento do tratamento de
criminosos nos presídios.
A resposta a essa "reação" também não é nova: "Não vamos retroceder um milímetro" -declaração semelhante à feita em outras ocasiões. "Não aceitaremos
nenhum tipo de chantagem. Vamos buscá-los onde eles estiverem", afirmou.
Alckmin disse que foi procurado pelos ministros José Dirceu
(Casa Civil) e Márcio Thomaz
Bastos (Justiça), mas que no momento não vê necessidade de ajuda do governo federal.
O secretário Segurança Pública
de São Paulo, Saulo Castro de
Abreu Filho, que participava da
entrevista com o governador, tem
a mesma tese sobre a motivação
dos criminosos. Um dos pré-candidatos tucanos à prefeitura paulistana, Abreu Filho qualificou os
atentados de "último suspiro para
tentar reverter essa situação [de
pressão contra os criminosos]".
O secretário Abreu Filho disse
que já identificou os executores
dos atentados, mas não informou
seus nomes nem quantos são. Até
o final da tarde de ontem, ninguém havia sido preso.
O secretário procurou minimizar sua declaração anterior, de
que o governo ouvira um "zunzunzum" sobre os atentados. Segundo ele, o volume de informações é muito grande e "não tinha
uma notícia concreta". Para
Abreu Filho, quando houve a primeira confirmação, a polícia agiu.
O tucano lembrou ainda que
"não houve caso que restou impune" nos atentados anteriores.
Já o secretário de Assuntos Penitenciários, Nagashi Furukawa,
defendeu um endurecimento ainda maior dos regimes disciplinares em prisões de segurança máxima, atualmente em discussão
na Câmara dos Deputados. Ele citou dois pontos do projeto: a autorização de escutas em audiências dos presos com seus advogados e o aumento do isolamento de
seis meses para até dois anos.
Pacto
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), subiu ontem à tribuna para defender um ""pacto suprapartidário"
para encontrar soluções para o
combate ao crime e defendeu
maior rigor no sistema prisional.
Citando os atentados, Mercadante afirmou ter sugerido ao governador Alckmin audiência com
o ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, para definir
ações ""para responder a essa
agressão".
""Essa escalada de violência,
num Estado em que tivemos 1327
policiais militares assassinados ao
longo dos últimos oito anos, não
pode ficar impune. O governador
terá todo meu apoio naquilo que
for necessário", disse.
(PEDRO DIAS LEITE)
Colaborou a SUCURSAL DE BRASÍLIA
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