São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2005 |
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ARTE AROMÁTICA Obras de artistas plásticos ficarão nas margens do rio; barco com vedação contra mau cheiro promoverá passeio Tietê terá galeria de arte em meio à sujeira
LUCAS NEVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Pouco mais de oito quilômetros do rio Tietê serão transformados em uma galeria de arte ao ar livre, de julho a outubro de 2006. No lugar de telas, artistas como Guto Lacaz, Nelson Leirner e Rivane Neuenschwander usarão taludes (as rampas às margens do rio) e pontes (Júlio Mesquita, do Limão, Casa Verde, Cruzeiro do Sul e Vila Guilherme) como suportes. O projeto "Olhe o Tietê", orçado em R$ 7 milhões, prevê também a colocação de obras flutuantes e a realização de performances no leito. Nos taludes, os trabalhos feitos com material biodegradável dividirão espaço com poesias de Augusto de Campos e Mário de Andrade, entre outros. A museóloga Maria Eugênia Saturni, da Base 7 Projetos Culturais (responsável pela direção executiva da iniciativa), disse que a disposição das obras pelo rio envolve uma logística delicada, já que não podem desviar a atenção dos motoristas da marginal. Os 18 artistas participantes foram avisados de que as obras não podem ter impacto visual muito grande. O passeio pela galeria ao ar livre será feito a bordo do barco Almirante do Lago, de dois andares, que comporta até cem pessoas. A idéia dos organizadores é vedar e climatizar ambos para evitar a entrada do mau cheiro que emana do leito poluído. Ontem, durante uma viagem experimental para o reconhecimento do itinerário, o odor era forte e havia muitas máquinas nas margens. Durante o trajeto que se estenderá da ponte Júlio Mesquita à da Vila Guilherme, será exibido, no primeiro andar, um vídeo didático sobre as obras em exibição. A previsão é que a passagem custe R$ 15, com 50% de desconto para estudantes e maiores de 60 anos. Idealizada pela pesquisadora Cacilda Teixeira e pelo artista Tadeu Jungle, a iniciativa terá como base de apoio a Pinacoteca do Estado. De lá, de terça-feira a domingo, microônibus levarão o público até o porto a ser construído na ponte das Bandeiras. A museóloga diz que a expectativa é que 52 mil pessoas façam o passeio de barco durante os quatro meses de exposição. Próximo Texto: Artista compara rio a serpente Índice |
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