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RIO
Sassá, apontado como líder da facção criminosa ADA, comandaria o tráfico em 17 favelas
Preso fornecedor de droga da Rocinha
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Sem encontrar resistência, a polícia do Rio prendeu ontem o traficante Edmílson Ferreira dos
Santos, 34, o Sassá, apontado como o maior líder da facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos) e
acusado de comandar o comércio
de drogas em pelo menos 17 favelas. Ele seria o principal fornecedor para as favelas dominadas pela ADA, em especial a Rocinha.
Sassá estava escondido em um
buraco aberto no chão do depósito de um supermercado no complexo de favelas da Maré (zona
norte). Segundo a polícia, ofereceu R$ 1 milhão para não ser preso. Traficantes ligados a ele são os
principais responsáveis por tiroteios que costumam fechar as linhas Amarela e Vermelha, vias
expressas que interligam vários
pontos do Rio.
Em menos de uma semana, foi o
segundo líder do tráfico no Rio a
ser preso ou morto. Na madrugada do último sábado, o chefe do
tráfico na favela da Rocinha (zona
sul), Erismar Rodrigues Moreira,
o Bem-Te-Vi, morreu em um tiroteio com policiais civis. Sassá e
Bem-Te-Vi eram aliados.
Ao ser preso, Sassá carregava
duas pistolas, uma granada, cinco
rojões e um lança-rojão, além de
quatro bombas caseiras. Segundo
a polícia, Sassá tinha contatos
com "matutos" (atacadistas) de
São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A operação para prender o criminoso resultou de uma investigação da Delegacia de Repressão
a Roubos e Furtos de Cargas
(DRFC). Segundo o delegado Ricardo Hallak, Sassá estaria desviando cargas de empresas que
circulam pelo complexo da Maré
e passou a ser monitorado por
meio de escutas telefônicas com
autorização da Justiça.
Hallak afirmou que recebeu
uma informação de que Sassá estava escondido e foi até lá verificar. No buraco havia televisão, geladeira e ar-condicionado. Sassá
estava na companhia de um homem, que foi detido.
Segundo Hallak, não houve reação à prisão. Apenas oito policiais
participaram da operação dentro
da favela. O delegado afirmou que
Sassá costumava ficar escondido
no buraco de manhã até o início
da noite. Depois, ia para outro esconderijo na mesma favela.
Com a prisão de Sassá, o novo
líder da ADA, segundo policiais,
será Ronaldo Ferreira do Nascimento, o Mocotó, que saiu recentemente da cadeia. Mocotó administrava os negócios de Paulo César Silva dos Santos, o Linho, que
comandava a ADA. A polícia acha
que Linho esteja morto.
Sassá tinha contra ele 11 mandados de prisão e sete prisões preventivas. No entanto, foi a primeira vez que foi preso.
O traficante pagava semanalmente R$ 500 a PMs para não ser
preso, segundo escutas telefônicas. Ele contaria com um "exército" de 300 homens e 150 fuzis.
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