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HC limitará atendimento de casos simples
Hospital das Clínicas vai endurecer triagem a partir do dia 12 para priorizar casos graves e melhorar qualidade
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Hospital das Clínicas vai
endurecer a triagem no atendimento a pacientes em seus quatro prontos-socorros a partir
do dia 12. A medida é uma segunda etapa da implantação do
sistema de emergência referenciada, iniciado em 1º de outubro com o objetivo de melhorar
o atendimento no hospital dando prioridade aos casos graves e
reduzindo a demanda.
Na prática, isso significa que
pacientes com problemas considerados muito simples e que
venham de localidade que não o
distrito de Pinheiros -onde está o HC- e sem encaminhamento não deverão ser atendidos no hospital.
Na primeira fase do projeto,
os pacientes eram apenas informados sobre as mudanças.
Por meio de comunicado entregue desde 1º de outubro, o
HC informa que deverão ser
atendidos pacientes graves ou
encaminhados por serviços de
emergência das regiões Sul e
Centro-Oeste, pacientes com
problemas graves encaminhados por hospitais regionais ou
AMAs (Assistência Médica
Ambulatorial) e moradores do
distrito de Pinheiros, com documento de identidade e comprovante de residência.
Quem não preencher esses
requisitos, será orientado a
buscar atendimento em unidades de saúde de sua região.
Segundo a coordenadora do
projeto, Soraia Barakat, haverá
bom senso para julgar o estado
do paciente. "Acima de qualquer exigência, estará a sua
condição clínica", disse. "Ninguém que chegar aqui sufocando, por exemplo, deixará de ser
atendido por ser de longe."
Ela diz que, em pouco mais
de um mês do sistema, o HC reduziu em cerca de 35% o número de atendimentos, que chegavam a 1.400 em dias de pico, somando-se os prontos-socorros
dos institutos Central, de Ortopedia, da Criança e do Coração.
Desses, 70% poderiam ser resolvidos na rede local.
Coração e criança
Nos institutos da Criança e
do Coração (InCor), afirma Soraia, o atendimento foi reduzido em menor escala porque
"muitas vezes não é possível
detectar a real gravidade dos
sintomas do paciente".
Desde o início do projeto, o
HC chegou a ter 200 atendimentos em dias de fim de semana, "o que permite que esse
atendimento aconteça com
muito mais qualidade".
Na quinta-feira, a Folha detectou que alguns pacientes
que esperavam atendimento
no pronto-socorro do Instituto
de Ortopedia não haviam passado pela triagem e desconheciam as mudanças no HC.
Era o caso da cozinheira Esmalta Galdino de Souza, 59,
que veio de Taboão da Serra
(Grande SP) com dores no joelho e nas pernas. "O HC é bom,
lá no atendimento local só me
davam um remédio e ninguém
resolvia meu problema", diz.
Já o feirante Cícero Cosme
da Silva, 52, acompanhava a
mulher, Maria Laudice, 57, que
era atendida em razão de uma
dor na coluna. Eles moram em
São Miguel Paulista (zona leste). "Viemos de longe. Na unidade de saúde lá marcam em
um caderno e demoram para
chamar para atendimento.
Aqui é mais seguro", afirma.
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