|
Próximo Texto | Índice
Mensalidade subirá de novo acima da inflação
Desde 2006, reajustes das mensalidades dos colégios particulares de SP superam a alta dos preços medida pelo IBGE
Neste ano, a inflação deve fechar em 4,3%, enquanto o aumento nas escolas deve ficar entre 4,5% e 6,5%; há casos de alta de até 17%
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo quinto ano consecutivo,
as escolas particulares de São
Paulo deverão aumentar as
mensalidades acima da inflação. Pelos cálculos do sindicato
das escolas particulares de São
Paulo, o reajuste das mensalidades no próximo ano ficará,
em média, entre 4,5% e 6,5%.
Segundo o IPCA do IBGE, o
acumulado da inflação em São
Paulo até setembro deste ano
foi de 3,38%. A previsão é que
feche o ano em 4,3%.
Há casos, entretanto, em que
o aumento será muito maior.
Na Móbile, a mensalidade do 6º
ano do fundamental passará de
R$ 1.470 para R$ 1.720 -um
reajuste de 17%. Esse será o
maior aumento da escola, que
no ensino médio aplicará um
acréscimo de 9,83%.
"A gente fica tentado a saber
onde vai parar essa diferença.
Hoje, a escola pesa muito mais
no meu orçamento do que antes", diz a arquiteta Gabriela
Teixeira Nakagawa, 34, mãe de
Pedro, 7, aluno da Móbile.
O aumento também será acima da inflação no Stockler
(10%), no Albert Sabin (6%), no
Arquidiocesano (11,70%), no
Santa Maria (7,44%) e no Santo
Américo (6%) -em todos, foram consideradas as variações
do último ano do ensino médio.
Muitas das escolas procuradas
pela reportagem disseram que
ainda não definiram o índice de
aumento para 2010.
"O reajuste varia muito. Se a
escola fez reforma, aumentou o
salário de professores ou teve
muita inadimplência, o aumento deve ser maior", afirma Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do sindicato.
Para as instituições de defesa
do consumidor, no entanto, todo aumento acima da inflação é
"abusivo". E, segundo o Procon-SP, as escolas não podem
repassar o prejuízo com a inadimplência para mensalidades.
"E se a escola ganha na Justiça
o valor devido, vai devolver aos
pais?", diz a assistente de direção do órgão, Selma do Amaral.
Desde 2006, o aumento nas
escolas particulares paulistas
tem sido acima da inflação.
Em algumas escolas, onde o
reajuste foi maior, o aumento
foi impulsionado pela boa colocação delas no ranking do
Enem -exame do governo federal para avaliar o desempenho das escolas e que acaba influenciando a escolha dos pais.
É o caso do Stockler. De 2006
(ano em que o Enem passou a
divulgar o resultado por escola)
a 2009, a mensalidade subiu
38,48% -se o reajuste tivesse
seguido apenas a inflação, seria
de 18,65%. A escola afirma que
ampliou a grade curricular e
reajustou o salário dos professores.
No Vértice (primeiro colocado no ranking da capital), o reajuste no mesmo período (2006
a 2009) ficou em 31%.
"Estamos sempre em reforma porque a clientela está ficando cada vez mais exigente. A
família tem que avaliar se o custo compensa o trabalho que a
escola faz", afirma Adílson Garcia, um dos diretores do Vértice, onde a mensalidade do 3º
ano do ensino médio chegou a
R$ 2.500 neste ano. Para 2010,
a escola ainda não definiu o reajuste, mas o diretor acredita
que ficará em torno de 6%.
Próximo Texto: Frases Índice
|