TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A aposentada Maria Angélica Sonntag, 69, podava plantas no jardim de sua nova casa ontem, na rua Piauí (Higienópolis, região central de SP), quando viu a filha, a corretora de imóveis Susana Regina Sonntag, 49, ser atacada a coronhadas por um assaltante no portão.
"Muito rápido", conforme relatou à Folha, pulou sobre o homem, que estava armado. O bandido reagiu e deu algumas coronhadas nas duas. Mãe e ladrão ainda rolaram no chão, segundo a polícia e testemunhas.
Além dos gritos, três disparos foram ouvidos -dois para o chão e um para o alto. Estilhaços de uma bala perdida atingiram a perna esquerda do estudante de relações públicas Gabriel Catunda, 19, que saía do Diretório Acadêmico do Mackenzie com a namorada.
Dalessandro Mangelli, 31, foi preso a 400 metros dali, por volta das 11h, na esquina das ruas da Consolação e Dona Antônia de Queiroz, enquanto mãe e filha -a última desacordada- sangravam no chão.
Acusado de tentativa de roubo seguida de lesão corporal, foi levado para o 4º DP (Consolação), a um quarteirão do local do assalto. Ele já havia sido preso em 2006 por roubo e estava em liberdade condicional desde maio. O advogado Anderson Rodrigues disse que Mangelli admite a tentativa de assalto, mas afirma que os disparos foram acidentais.
"Eu não sei o que deu em mim; era minha filha, ali, sangrando!", desabafou Maria Angélica, na porta da delegacia, com um curativo na cabeça. Ela disse que se arrependeu de ter reagido, porque "só Deus permitiu que saísse viva".
Recém-chegada ao bairro -diz não ter dormido uma única noite na nova casa-, Maria Angélica escolheu Higienópolis porque considerava uma região tranquila. Agora, diz não saber se permanece na nova casa, para a qual mudaria neste mês.


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