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Senado dificulta benefício a presidiários
Comissão aprova projeto que exige tempo maior para preso em regime fechado pedir cumprimento de parte da pena fora da prisão
Texto aumenta prazo de 1/6 para 1/3 da pena e, no caso de crime hediondo, obriga quem passar ao regime aberto a usar tornozeleira eletrônica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os criminosos terão mais dificuldade para ganhar o direito
de cumprir parte da pena fora
da prisão. Um projeto aprovado
ontem no Senado aumenta o rigor para os presos com bom
comportamento mudarem do
regime fechado para o aberto, a
chamada progressão de pena.
Hoje, presos por crimes comuns têm esse direito após
cumprir um sexto da pena. O
projeto de lei aprovado na CCJ
(Comissão de Constituição e
Justiça) do Senado prevê que o
prazo aumente para um terço.
No caso de crimes hediondos
(homicídio, latrocínio e estupro), o Senado voltou a tornar
obrigatório o exame criminológico, que avalia se o preso tem
condições de voltar a viver em
sociedade, para embasar a decisão do juiz.
Ainda para crimes hediondos, governo e oposição fizeram acordo para aprovar a obrigatoriedade de monitoramento
eletrônico dos presos que progredirem ao regime aberto,
com o uso de tornozeleira.
O parecer do projeto foi elaborado pelo senador oposicionista Demóstenes Torres
(DEM-GO), presidente da CCJ.
Por conta de um acordo com o
governo, ontem só foi apreciado o texto-base. Na semana que
vem, a comissão analisa as partes em que não há consenso,
que poderão alterar o texto.
Uma delas trata do prazo para mudança de regime no caso
dos crimes hediondos. Hoje, o
condenado precisa cumprir
dois quintos da pena para pedir
a progressão. Pela proposta, terá de cumprir a metade.
Para os reincidentes, o projeto aumenta o prazo de cumprimento da pena de dois quintos
para dois terços. Há mudanças
ainda na liberdade condicional.
Os presos só terão direito a ela
se cumprirem metade da pena
(hoje é apenas um terço).
Nesses dois pontos, também
não há acordo. O líder do governo no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), disse que apresentará emendas para manter
as regras atuais. O projeto ainda vai para a Câmara, onde
também pode ser alterado.
Ontem a CCJ também aprovou proposta de emenda constitucional que cria um piso nacional para os policiais militares. Uma lei complementar definirá o valor. Pela proposta,
verbas federais ajudarão os Estados a pagarem o piso.
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