São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2008

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Metrô anuncia ampliação na zona norte

Novo ramal, que deve ficar pronto em 2012, terá bifurcação para ligar a região central à Vila Nova Cachoeirinha e Brasilândia

Com 18,4 km de extensão e 17 estações, linha deverá transportar 650 mil pessoas por dia; custo estimado das obras é de R$ 2 bilhões

RICARDO SANGIOVANNI
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A linha 6-laranja do metrô será a primeira da cidade a ter uma bifurcação e irá ligar o centro a dois bairros periféricos do extremo norte: Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha.
O governador José Serra (PSDB) anunciou ontem a ampliação do projeto original divulgado em março, que saía da estação São Joaquim da linha 1-azul (centro) e terminava na Freguesia do Ó (zona norte).
A linha terá cinco novas estações e mais 8 km de trilhos, totalizando 18,4 km e 17 estações. O custo estimado das obras é de R$ 2 bilhões. As obras devem começar em 2010, com conclusão prevista para 2012.
A verba para a construção da linha, segundo Serra, virá da arrecadação com a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil, no mês passado, e com o dinheiro que recebeu em 2007, quando transferiu a conta-salário dos servidores estaduais para a Nossa Caixa, além de financiamentos internacionais e da parceria com a prefeitura.
"Vendemos a Nossa Caixa, um banco que não é necessário para o Estado, e trocamos por metrô", disse o governador.
A gestão Gilberto Kassab (DEM) repassou R$ 75 milhões ao Metrô para custear o projeto básico da nova linha, cuja licitação está prevista para este mês.

Mais usuários
Segundo o Metrô, a ampliação deverá atrair mais 150 mil usuários por dia para a nova linha que, ao todo, transportará 650 mil pessoas.
A previsão é que os trens partam da estação São Joaquim em intervalos de 2,5 minutos, alternando entre os destinos Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha.
Ou seja: quem quiser ir até uma das pontas da linha, na zona norte, poderá esperar o dobro do tempo. "Isso é comum em metrôs como o de Nova York", disse Marcos Kassab, diretor de Planejamento do Metrô e irmão do prefeito.
Do R$ 1 bilhão prometido pelo prefeito Gilberto Kassab para o Metrô neste ano, R$ 503 milhões já foram repassados.

Cepacs
Ontem, Kassab disse que os R$ 497 milhões restantes virão do repasse dos Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção, que a iniciativa privada compra da prefeitura para construir além da metragem mínima em certas áreas). A venda é feita por meio de leilões na Bolsa de Valores.
Mas os R$ 394,1 milhões recebidos com a venda de Cepacs das operações urbanas Água Espraiada e Faria Lima são insuficientes, e não há tempo de fazer novo leilão.
Informada sobre o cálculo, a prefeitura disse que os Cepacs são apenas uma das opções que o prefeito pediu análise.
Outro problema é que o dinheiro dos Cepacs não é de uso livre -só pode ser usado nos projetos que constam do relatório aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regulamenta as negociações em Bolsa de Valores.
Para assegurar o investimento e não ter problemas judiciais, a prefeitura terá de acompanhar a utilização da verba pelo Metrô, pois a companhia diz que o dinheiro poderá ser usado em qualquer projeto em andamento e não há garantia de que irá para a linha à qual se destina originalmente.


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