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Metrô anuncia ampliação na zona norte
Novo ramal, que deve ficar pronto em 2012, terá bifurcação para ligar a região central à Vila Nova Cachoeirinha e Brasilândia
Com 18,4 km de extensão e 17 estações, linha deverá transportar 650 mil pessoas por dia; custo estimado das obras é de R$ 2 bilhões
RICARDO SANGIOVANNI
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A linha 6-laranja do metrô
será a primeira da cidade a ter
uma bifurcação e irá ligar o centro a dois bairros periféricos do
extremo norte: Brasilândia e
Vila Nova Cachoeirinha.
O governador José Serra
(PSDB) anunciou ontem a ampliação do projeto original divulgado em março, que saía da
estação São Joaquim da linha 1-azul (centro) e terminava na
Freguesia do Ó (zona norte).
A linha terá cinco novas estações e mais 8 km de trilhos, totalizando 18,4 km e 17 estações.
O custo estimado das obras é de
R$ 2 bilhões. As obras devem
começar em 2010, com conclusão prevista para 2012.
A verba para a construção da
linha, segundo Serra, virá da arrecadação com a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil, no
mês passado, e com o dinheiro
que recebeu em 2007, quando
transferiu a conta-salário dos
servidores estaduais para a
Nossa Caixa, além de financiamentos internacionais e da
parceria com a prefeitura.
"Vendemos a Nossa Caixa,
um banco que não é necessário
para o Estado, e trocamos por
metrô", disse o governador.
A gestão Gilberto Kassab
(DEM) repassou R$ 75 milhões
ao Metrô para custear o projeto
básico da nova linha, cuja licitação está prevista para este mês.
Mais usuários
Segundo o Metrô, a ampliação deverá atrair mais 150 mil
usuários por dia para a nova linha que, ao todo, transportará
650 mil pessoas.
A previsão é que os trens partam da estação São Joaquim
em intervalos de 2,5 minutos,
alternando entre os destinos
Brasilândia e Vila Nova Cachoeirinha.
Ou seja: quem quiser ir até
uma das pontas da linha, na zona norte, poderá esperar o dobro do tempo. "Isso é comum
em metrôs como o de Nova
York", disse Marcos Kassab, diretor de Planejamento do Metrô e irmão do prefeito.
Do R$ 1 bilhão prometido pelo prefeito Gilberto Kassab para o Metrô neste ano, R$ 503
milhões já foram repassados.
Cepacs
Ontem, Kassab disse que os
R$ 497 milhões restantes virão
do repasse dos Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de
Construção, que a iniciativa
privada compra da prefeitura
para construir além da metragem mínima em certas áreas).
A venda é feita por meio de leilões na Bolsa de Valores.
Mas os R$ 394,1 milhões recebidos com a venda de Cepacs
das operações urbanas Água
Espraiada e Faria Lima são insuficientes, e não há tempo de
fazer novo leilão.
Informada sobre o cálculo, a
prefeitura disse que os Cepacs
são apenas uma das opções que
o prefeito pediu análise.
Outro problema é que o dinheiro dos Cepacs não é de uso
livre -só pode ser usado nos
projetos que constam do relatório aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários),
que regulamenta as negociações em Bolsa de Valores.
Para assegurar o investimento e não ter problemas judiciais, a prefeitura terá de acompanhar a utilização da verba pelo Metrô, pois a companhia diz
que o dinheiro poderá ser usado em qualquer projeto em andamento e não há garantia de
que irá para a linha à qual se
destina originalmente.
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