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Ministério suspende vestibular de dois cursos de medicina
Outros dois cursos deverão cortar o número de vagas oferecidas; mais sete serão notificados pelo Ministério da Educação para que solucionem problemas
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Educação
determinou ontem a suspensão
do vestibular de dois cursos de
medicina e o corte de vagas em
mais dois. Outros sete serão
notificados pela pasta a assinarem termos de compromisso
para sanarem problemas.
A Unig (Universidade Iguaçu) não poderá ter nenhum novo estudante nos próximos 12
meses no campus de Itaperuna
(RJ). No de Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense, as vagas
oferecidas para 2009 terão de
cair de 200 para 150.
De acordo com a comissão
avaliadora, chefiada pelo ex-ministro Adib Jatene (Saúde),
faltam docentes em regime integral e há deficiências no ensino de atividades práticas.
A Unimar (Universidade de
Marília) terá de suspender o ingresso de alunos nos próximos
três meses e credenciar mais
leitos. A instituição, diz o MEC,
tem poucos docentes com dedicação exclusiva e espaços físicos pequenos para as atividades ambulatoriais.
Já a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), em Canoas
(RS), terá que cortar dez vagas
no ano que vem -oferecerá
140, e não 150, segundo o MEC.
Os principais problemas encontrados foram a redução dos
leitos do hospital de ensino
destinados a aprendizagem supervisionada e suspeitas em relação à correção do vestibular.
Maria Paula Dallari Bucci,
secretária de Educação Superior do MEC, diz que as instituições sofreram medidas cautelares devido à iminência dos
processos seletivos.
As ações fazem parte do processo de supervisão dos cursos
de medicina iniciado em 2007.
Os 17 atingidos tiraram notas 1
e 2 no Enade (Exame Nacional
de Desempenho de Estudantes), no conceito que mede o
desempenho dos universitários
e no que verifica quanto conhecimento a instituição agregou.
Outros sete cursos tiveram
diagnosticados problemas como inadequação do projeto pedagógico às diretrizes curriculares e de infra-estrutura.
As instituições terão que firmar termo de compromisso
com um plano para corrigir as
deficiências, sob pena de sofrerem processo administrativo,
mas não haverá corte de vagas.
Outras quatro instituições
ainda serão avaliadas: Universidade de Uberaba, Centro de
Ensino Superior de Valença
(RJ), Universidade Severino
Sombra (RJ) e Universidade
Metropolitana de Santos (SP).
Osmar Rufatto, pró-reitor de
graduação da Ulbra, disse que
está "disposto a conversar"
com o MEC. Ele atribuiu o desempenho ruim no Enade à falta de empenho dos alunos. Sobre a redução no número de leitos, afirmou que a universidade
passa por uma crise passageira,
mas que foram oferecidos outros locais para as atividades.
Julio Cesar da Silva, reitor da
Unig, disse que o curso da instituição tem qualidade, mas que
só poderia se posicionar após
receber o relatório da comissão. A Unimar afirmou que já
fez o processo seletivo e que os
aprovados já foram matriculados. Segundo a universidade, o
despacho do MEC não tem
efeito retroativo e os problemas já foram resolvidos.
A Ulbra informou que vai
cumprirá a decisão. A universidade disse que fará o vestibular
previsto para amanhã, alterando de 70 para 65 o número de
vagas no próximo semestre.
Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre
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