São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Enem começa com provas mais complexas

Segundo o presidente do Inep, ciências da natureza e humanas terão maior grau de exigência do que no ano passado

Alunos devem conferir o local da prova porque ele pode não ser o mesmo do programado para outubro, quando o exame foi adiado

PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois meses após ter sido adiado devido ao vazamento das provas, o Enem, enfim, começa para os mais de 4 milhões de inscritos. Eles farão hoje as provas de ciências humanas e da natureza. Segundo o Ministério da Educação, essas são exatamente as provas que mais sofreram alteração com relação às edições anteriores do exame.
Segundo Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (órgão do MEC que organiza o Enem), as mudanças pensadas para este ano influenciam principalmente as provas de hoje.
"O Enem era muito em cima de interpretação de texto e habilidades matemáticas mais simples. Neste ano, elevamos o grau [de exigência] do conhecimento em ciências e humanidades", diz Fernandes.
Para comportar as questões mais difíceis, a prova passou de 63 questões em um dia para 180 em dois. "Servindo como vestibular, vamos ter que discriminar pessoas que estão no alto das habilidades", afirma ele.
Matheus Prado, presidente do Instituto Henfil, analisou as provas dos anos anteriores e a que foi fraudada e concorda, em parte, com Fernandes: "Em ciências da natureza, o aluno não precisava saber genética e eletricidade. Agora precisa".
A expectativa do MEC é que a taxa de abstenção, mesmo depois da remarcação da prova, seja inferior à do ano passado, quando chegou a 27,3%.
Em São Paulo, com as desistências de USP e Unicamp de usar o resultado do Enem para compor a nota, as perspectivas não são tão animadoras.
"As coisas estão muito mais mornas agora. Alguns alunos para os quais o Enem não serve mais perderam o interesse em fazer a prova", diz Fábio Rendelucci, coordenador do curso COC unidade Paraíso.
É por isso que Paulo Coltro Rafael, 18, aluno do CPV, resolveu usar o final de semana para estudar para o Mackenzie, em vez de fazer o Enem.
"Desisti porque não vai mais valer para nenhuma faculdade que eu quero", afirma o estudante, que presta vestibular para USP, PUC, Mackenzie e ESPM. As três primeiras resolveram não mais usar o Enem depois do adiamento.

Providências
Para quem vai fazer a prova, o MEC pede que confira com atenção o local onde deve fazer a prova. Os endereços deste final de semana não são necessariamente os mesmos da prova de outubro, mesmo para quem não pediu alteração do local.
Os alunos que não receberam o novo cartão de inscrição podem verificar o local da prova pelo www.enem.inep.gov.br.
O cartão socioeconômico pode ser impresso no mesmo site. O MEC pede que todos levem esse questionário respondido.


Veja a correção feita por cursinhos da prova de hoje do Enem
www.folha.com.br/093381



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