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Enem começa com provas mais complexas
Segundo o presidente do Inep, ciências da natureza e humanas terão maior grau de exigência do que no ano passado
Alunos devem conferir o local da prova porque ele pode não ser o mesmo do programado para outubro, quando o exame foi adiado
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois meses após ter sido
adiado devido ao vazamento
das provas, o Enem, enfim, começa para os mais de 4 milhões
de inscritos. Eles farão hoje as
provas de ciências humanas e
da natureza. Segundo o Ministério da Educação, essas são
exatamente as provas que mais
sofreram alteração com relação
às edições anteriores do exame.
Segundo Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (órgão
do MEC que organiza o Enem),
as mudanças pensadas para este ano influenciam principalmente as provas de hoje.
"O Enem era muito em cima
de interpretação de texto e habilidades matemáticas mais
simples. Neste ano, elevamos o
grau [de exigência] do conhecimento em ciências e humanidades", diz Fernandes.
Para comportar as questões
mais difíceis, a prova passou de
63 questões em um dia para 180
em dois. "Servindo como vestibular, vamos ter que discriminar pessoas que estão no alto
das habilidades", afirma ele.
Matheus Prado, presidente
do Instituto Henfil, analisou as
provas dos anos anteriores e a
que foi fraudada e concorda,
em parte, com Fernandes: "Em
ciências da natureza, o aluno
não precisava saber genética e
eletricidade. Agora precisa".
A expectativa do MEC é que a
taxa de abstenção, mesmo depois da remarcação da prova,
seja inferior à do ano passado,
quando chegou a 27,3%.
Em São Paulo, com as desistências de USP e Unicamp de
usar o resultado do Enem para
compor a nota, as perspectivas
não são tão animadoras.
"As coisas estão muito mais
mornas agora. Alguns alunos
para os quais o Enem não serve
mais perderam o interesse em
fazer a prova", diz Fábio Rendelucci, coordenador do curso
COC unidade Paraíso.
É por isso que Paulo Coltro
Rafael, 18, aluno do CPV, resolveu usar o final de semana para
estudar para o Mackenzie, em
vez de fazer o Enem.
"Desisti porque não vai mais
valer para nenhuma faculdade
que eu quero", afirma o estudante, que presta vestibular para USP, PUC, Mackenzie e
ESPM. As três primeiras resolveram não mais usar o Enem
depois do adiamento.
Providências
Para quem vai fazer a prova, o
MEC pede que confira com
atenção o local onde deve fazer
a prova. Os endereços deste final de semana não são necessariamente os mesmos da prova
de outubro, mesmo para quem
não pediu alteração do local.
Os alunos que não receberam
o novo cartão de inscrição podem verificar o local da prova
pelo www.enem.inep.gov.br.
O cartão socioeconômico pode
ser impresso no mesmo site. O
MEC pede que todos levem esse questionário respondido.
Veja a correção feita por
cursinhos da prova de hoje
do Enem
www.folha.com.br/093381
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