São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

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NÉVIO DIAS (1922-2010)

Um diretor que agitou o teatro em São Carlos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

"O teatro é minha cachaça", dizia Névio Dias, sobre o grande vício de sua vida.
Natural de São Caetano do Sul, ele se mudou para São Carlos (SP) no início dos anos 50, quando a USP começou a funcionar naquela cidade. Como assistente técnico, Névio foi trabalhar na Escola de Engenharia da universidade.
Com o tempo, começou a sentir falta de algo. Não tinha, como antes, acesso a tantas atividades culturais.
Foi aí que, como diretor de teatro, ele passou a semear iniciativas na área do teatro amador. Graças a ele, São Carlos ganhou 11 grupos.
Em meados da década de 60, presidiu uma federação de teatro amador e organizou um festival que forçou a prefeitura a finalizar a construção do teatro municipal.
Como conta a mulher, Isa, Névio se recorda, nas memórias que lançou, de quando o público tinha de escorar tábuas em tijolos para poder sentar e assistir as peças.
Como ator, participou do curta-metragem "O Homem Que Sabia Javanês" (1988).
Nos últimos anos, dedicou-se mais à pesquisa sobre o cinema e o teatro da região.
Depois de ter abandonado a máquina de escrever, adotou canetas para escrever seus livros. Quando a mulher chegava do trabalho, digitava para ele no computador.
Era brincalhão e adorava fazer troça com as pessoas em todos os lugares que ia.
Teve dois filhos do primeiro casamento, que moram em Santa Catarina, e mais um em São Carlos, com Isa.
Recentemente, fora ver os filhos em SC, onde sofreu uma queda cujas complicações o levaram à morte na segunda. Teve quatro netos e uma bisneta. Faria 88 ontem.
A missa do sétimo dia é hoje, às 8h, na igreja Nossa Sra. Auxiliadora, em São Carlos.

coluna.obituario@uol.com.br


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