São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Temporais causam 25 mortes no Estado do Rio

Situação é pior na região serrana, onde ainda pode haver pessoas desaparecidas

Instituto prevê que chuvas prosseguem até terça-feira em todo o Estado; vice-governador sobrevoa as regiões mais atingidas

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA FRIBURGO

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Os temporais que atingem o Sudeste há quatro dias já causaram a morte de pelo menos 25 pessoas no Estado do Rio. Em São Paulo, foram três mortes neste ano.
A situação é mais grave na região serrana do Rio. Em Nova Friburgo (150 km do Rio), houve ao menos 11 vítimas. No município vizinho de Sumidouro, oito morreram em desabamentos de encostas. Em Petrópolis (65 km do Rio), houve três mortes. Em Teresópolis, duas.
Em todo o Estado, havia, até a conclusão desta edição, 12.023 pessoas desalojadas (retiradas de casa por causa de riscos) e 1.468 desabrigadas (que perderam suas casas). Em Nova Friburgo, a Defesa Civil estadual reconhece dez mortes -nove em desmoronamentos e um afogamento-, mas Corpo de Bombeiros local anunciou à noite mais um morto: Sebastião de Lima, 56. Moradores falam que ainda há desaparecidos. A identidade das outras vítimas não foi divulgada. São cinco homens, duas mulheres e três crianças.
Em Sumidouro (175 km do Rio), a Defesa Civil divulgou que morreram num desabamento de encosta, numa área rural, Cilene Gonçalves, 40, e Natanael Pereira, 33. Anteontem, o carro em que viajavam Emanuel Silveira, 54, e seu filho Marcelo de Melo, 21, também foi soterrado. Os dois morreram. A Defesa Civil não divulgou informações sobre os outros quatro mortos.

Paraíba do Sul
As chuvas fortes também atingem o norte e o noroeste fluminenses. Em Campos (280 km do Rio), o rio Paraíba do Sul alagou pastos e ameaça inundar os bairros residenciais. Na vizinha São Fidélis, há 4.304 desalojados pelas enchentes. Outra área bastante atingida é a Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio. Em Queimados, na terça-feira, ocorreu a primeira morte na atual temporada de chuvas.
Por ordem do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, sobrevoou as áreas mais castigadas. Cabral Filho também determinou ao secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, que percorra o interior a fim de comandar o socorro às vítimas. Até agora, há oito feridos (cinco na serra e três na Baixada).
"O vice-governador solicitou e eu autorizei decretar emergência em algumas áreas para convocação de tratores e outros equipamentos para recuperar estradas e ajudar as cidades e as famílias", afirmou. Na capital fluminense, embora persistentes, as chuvas não fizeram vítimas nem causaram transtornos mais graves. De acordo com o Instituto de Meteorologia, as chuvas deverão continuar atingindo o Estado até terça-feira. Para hoje, a previsão é de tempo de claro a parcialmente nublado, com pancadas fortes ao longo do dia.
As últimas chuvas fortes no Estado foram em dezembro de 2001, quando houve 43 mortes no Rio e 28 em Petrópolis. Em Minas, o sul é a região mais afetada pelas chuvas neste início de ano. De acordo com o Inmet, nos cinco primeiros dias de janeiro choveu 69% do esperado para o mês.
Ontem, foi encontrado o corpo de um homem que estava desaparecido desde a noite de quinta-feira, após ser levado pelo rio Itaibuna, em Matias Barbosa (271 km de BH). A Defesa Civil do Estado ainda não confirmou se a morte de Gilliard Caetano Matias, 24, foi causada pelas chuvas.
O Ministério da Integração Nacional informou ontem que serão liberados R$ 57 milhões para ações em áreas de desastres naturais, dois quais R$ 17 milhões serão destinados às vítimas das chuvas. Os outros R$ 40 milhões irão para operação do Exército que atende 260 municípios de seis Estados nordestinos afetados pela seca.


Colaboraram JANAINA LAGE, da Sucursal do Rio, e RENATA BAPTISTA, da Agência Folha


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