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Dia de pico é dia de pico, diz diretora de agência
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A diretora da Agem (Agência
Metropolitana da Baixada Santista), Débora Blanco Bastos
Dias, afirma que há planos de
melhoria para saneamento e
trânsito no litoral paulista.
"Para conseguir pelo menos
minimizar os problemas, mas
dia de pico é dia de pico. Não vai
resolver."
FOLHA - Como se explica o aumento dos problemas na Baixada Santista nesta virada de ano?
DÉBORA BLANCO BASTOS DIAS -
Além do caos aéreo, a condição
do brasileiro de classe média e
baixa melhorou e ampliou o
número de visitantes da Baixada Santista.
Choveu menos e os reservatórios estavam mais vazios e,
esse ano, as pessoas vieram e
passaram mais tempo. Como a
gente já trabalha com pico,
qualquer aumento é significativo. Você está preparado para
uma população fixa de 1 milhão
e 650 mil pessoas e recebe mais
uma vez e meia esta quantia de
visitantes.
FOLHA - O que é feito para evitar
esses transtornos?
DIAS - Um exemplo é a Operação Verão, que traz policiais do
interior para o litoral. Estamos
também implantando o programa Onda Limpa, um investimento enorme de R$ 1,23 bilhão para esgoto e abastecimento de água. Tinha municípios na década de 90 que tinha
0% de tratamento de esgoto,
como Mongaguá, por exemplo.
Hoje, o índice é de 62% e vamos
chegar perto de 100% mais ou
menos em 2011. A região não
tem problemas, ela tem problemas quando trabalha no pico.
FOLHA - O planejamento é feito
para atender à demanda normal ou
a de feriados?
DIAS - A gente tenta atender a
uma demanda de pico. Porque,
além da importância turística,
temos também uma importância portuária. Então, se temos
pico, afetamos a qualidade da
região em vários sentidos. Na
parte viária, já foi anunciado
um viaduto grande em Cubatão
e a região vem se preparando
para um novo patamar.
FOLHA - Um dia será possível atender a demanda de um Ano Novo?
DIAS - Trabalhar em picos realmente fica difícil. O fluxo não é
distribuído. Nós e nenhum país
conseguimos planejar isso. Debatemos na Agem propostas
para diminuir os cruzamentos
das estradas quando passam
pelas cidades. Para conseguir
minimizar os transtornos, mas
dia de pico é dia de pico. Não vai
resolver.
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