São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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FOCO

Escolas americanas adotam iPad para ser usado em casa e em sala de aula

WINNIE HU
DO "NEW YORK TIMES"

Quando os estudantes norte-americanos voltaram às aulas nesta semana, alguns levavam Apple iPads novinhos nas mochilas, recebidos não de seus pais, mas de suas escolas.
Cada vez mais escolas nos EUA estão adotando o iPad como a mais recente ferramenta para lecionar sobre Kafka em modo multimídia, história por meio de jogos como os game shows de TV e matemática por meio de animações passo a passo de problemas complexos.
Como parte de um programa piloto, a Roslyn High School, de Long Island, distribuiu em dezembro 47 iPads a alunos e professores em duas turmas de exatas.
Os iPads têm custo individual de US$ 750 e serão usados em classe e em casa.
"Isso nos permite estender a classe para além do edifício escolar", disse Larry Reiff, professor de inglês.
Modas tecnológicas vêm e vão nas escolas, e outras experiências cujo objetivo era propiciar melhor experiência a crianças criadas na era dos videogames apresentaram resultados contraditórios.
Os educadores, por exemplo, continuam divididos quanto aos resultados das iniciativas para oferecer um laptop a cada aluno.
No momento no qual os distritos escolares tentam conseguir aprovação para seus orçamentos, gastar dinheiro na compra de computadores tablet pode parecer uma extravagância.
E alguns pais e pesquisadores expressaram preocupação por as escolas investirem no equipamento antes que seu valor educacional tenha sido comprovado.
"Existem poucas indicações de que as crianças aprendam mais, mais rápido ou melhor quando usam essas máquinas", disse Larry Cuban, professor emérito de educação na Universidade Stanford, para quem seria melhor gastar esse dinheiro no recrutamento, treinamento e retenção de professores.
"O iPad é uma ferramenta maravilhosa para envolver as crianças, mas ele logo deixa de ser novidade e voltamos às questões essenciais do ensino e do aprendizado."
Mas os dirigentes escolares dizem que o iPad não é apenas o novo brinquedo da moda, e sim uma ferramenta poderosa e versátil.
As escolas públicas municipais de Nova York encomendaram mais de 2.000 iPads, por US$ 1,3 milhão.
Até mesmo alunos de jardim de infância estão recebendo iPads.
A Pinnacle Peak School, de Scottsdale, Arizona, converteu uma sala de aulas desocupada em um laboratório equipado com 36 iPads conhecido como iMaginarium, e ele se tornou o polo central da escola porque, como afirma o diretor, "entre todos os aparelhos que ele oferece, o iPad é o que mais atrai a garotada".
Mas defensores da tecnologia, como Elliot Soloway, professor de engenharia na Universidade de Michigan, e Cathie Norris, professora de tecnologia na Universidade do Norte do Texas, se preocupam com a possibilidade de que os dirigentes escolares tenham se encantado demais com o iPad e por isso desconsiderado opções menos dispendiosas, tais como celulares inteligentes que oferecem benefícios semelhantes a uma fração do custo básico de US$ 500 de um iPad.
"Pode-se fazer tudo que um iPad faz com tecnologia e hardware de uso corrente, e a preços US$ 300 e US$ 400 mais baixos por aparelho", disse o professor Soloway.
A Apple vendeu mais de 7,5 milhões de iPads, de abril para cá, reportou a empresa, mas não se sabe quantos desses para escolas.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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