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São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003

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MG

Busca a Chico Ferramenta mobilizou até a Presidência

Prefeito petista reaparece em hotel de Belo Horizonte após dois dias

LEONARDO WERNER
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Depois de ter mobilizado as polícias Civil, Militar e Federal, integrantes do Ministério Público e a Presidência da República, o prefeito de Ipatinga (MG), Francisco Carlos "Chico Ferramenta" Delfino (PT), 44, foi encontrado, ontem, ileso, hospedado em um hotel no centro de Belo Horizonte.
Chico Ferramenta, como é conhecido, era dado como desaparecido desde as 11h de segunda-feira, quando saiu de seu apartamento em Belo Horizonte para almoçar com sua mulher, a deputada estadual Cecília Ferramenta (PT). De acordo com o porteiro do prédio e a empregada da família, ele saiu sem dizer aonde ia. O prefeito não compareceu ao encontro com a mulher.
Ele só voltou a ser visto das 15h30 às 16h45 da segunda, em um restaurante a três quarteirões do seu apartamento.
Lá, teria bebido uma garrafa e uma lata de cerveja. Segundo o proprietário, João Fernando Martins, o prefeito aparentava sonolência, chegando a deitar a cabeça sobre a mesa.
A queixa de desaparecimento só foi feita à Delegacia Seccional Centro às 17h de anteontem.
Desde então, as polícias Civil e Militar passaram a fazer buscas. Na prática, foi armada uma espécie de força-tarefa. Policiais federais e estaduais -civis e militares- trocaram informações e fizeram diligências em conjunto.
A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Justiça deu ordem para que a Polícia Federal desse "prioridade total" ao episódio.
Chico Ferramenta foi localizado perto das 17h de ontem, minutos antes de essa força-tarefa anunciar, em entrevista na sede do Ministério Público, que ações seriam tomadas na busca.
Participaria da reunião o secretário nacional dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, que viajou a Belo Horizonte especialmente para acompanhar o caso.
A Folha apurou que uma mulher que acompanhava Chico Ferramenta prestou depoimentos conflitantes à Polícia Federal. Ora dizia que o prefeito havia estado com ela, ora que havia estado em outro lugar, o que fez agentes temerem pela segurança do petista.
Ferramenta estava em um hotel da região central de Belo Horizonte, a dois quarteirões da prefeitura. Segundo a Polícia Civil, o próprio prefeito ligou para a mulher, contou onde estava e disse que estava bem.
Acompanhada de policiais e deputados petistas, Cecília foi buscá-lo. A assessoria da Prefeitura de Ipatinga, distante 209 km de Belo Horizonte, disse que ele se sentia abalado e só iria dar sua versão sobre o caso hoje.
A presidente do PT mineiro, deputada Maria do Carmo Lara, afirmou que não há constrangimento para o partido. Disse que o prefeito, depois de ouvido, terá de arcar com as eventuais consequências do que fez.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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