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Juiz barra Fokker e Boeing em Congonhas
Medida entra em vigor a partir de quinta-feira e atinge Varig, TAM, Gol e Ocean Air; Anac informa que recorrerá da
decisão
Proibição pode causar novo
caos nos aeroportos de todo
o país às vésperas do
Carnaval; ponte aérea deve
operar normalmente
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O juiz-substituto Ronald
Carvalho Filho, da Justiça Federal de São Paulo, determinou
ontem a suspensão de todos os
vôos realizados por aeronaves
modelo Fokker-100, Boeing-737/800 e Boeing-737/700 no
aeroporto de Congonhas a partir da 0h de quinta. Notificada,
a ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil) afirmou que recorrerá da decisão.
A proibição dos vôos pode
causar novo caos nos aeroportos de todo o país às vésperas do
Carnaval. Todas as companhias
aéreas são afetadas em maior
ou menor medida. Os vôos da
ponte aérea, por outro lado, devem continuar operando normalmente, pois utilizam aviões
de outros modelos.
Se a decisão do juiz for mantida, Varig, BRA e Gol reduzirão
sensivelmente seu tráfego no
principal aeroporto do país. A
Ocean Air opera com Fokker-100. A TAM, líder do mercado
brasileiro, poderia continuar
somente com seus Airbus e não
mais com os Fokker-100 de sua
frota.
Segundo a diretora da Anac,
Denise Abreu, os aeroportos de
Guarulhos e Viracopos teriam
capacidade para absorver apenas 30% do tráfego. "[Se o recurso não der certo] Vamos
chamar todas as empresas e repassar as linhas para outros aeroportos. Certamente haverá
muito transtorno."
Denise também demonstrou
preocupação em relação à Oaci
(Organização da Aviação Civil
Internacional), que neste ano
fará uma auditoria no país. E
que, em razão dos problemas
ocorridos desde o acidente com
o Boeing da Gol -que matou
154 pessoas- e as sucessivas
crises nos aeroportos, poderá
rebaixar o Brasil de categoria
na classificação da entidade.
Quando Congonhas reduz a
capacidade ou interrompe suas
atividades, há um efeito dominó em todos os vôos do país.
Todas as companhias usam o
aeroporto como ponto de
apoio, onde fazem escala quando levam passageiros do Sul para o Norte do país, por exemplo.
A decisão do juiz federal foi
dada em resposta a um pedido
do Ministério Público Federal
feito há duas semanas. Por entender que a segurança dos passageiros estava em risco, a Procuradoria pediu o fechamento
da pista principal do aeroporto.
De março de 2006 a janeiro
deste ano, quatro aviões derraparam.
A Anac, Infraero (estatal que
administra os aeroportos do
país) e a Aeronáutica avaliam
que há segurança suficiente para a operação de todas as aeronaves na pista principal de
Congonhas -que deverá passar
por reforma neste ano.
A procuradora da República
Fernanda Taubemblatt declarou ontem que não foi informada oficialmente da decisão.
"Eu já fico feliz [com a decisão do juiz] porque retirando
essas aeronaves diminui os riscos de derrapagem e acidentes", afirmou a procuradora.
Colaborou KLEBER TOMAZ , da Reportagem
Local
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