São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009

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Balas perdidas matam rapaz e ferem outros 4

Tiroteio ocorreu em tentativa de assalto em avenida da zona sul de São Paulo; os 2 alvos dos ladrões também foram baleados

Criminosos abordaram dois aspirantes a oficial da PM, que estavam à paisana em uma moto; os assaltantes fugiram sem levar nada

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma tentativa de assalto no início da manhã de ontem em uma movimentada avenida da zona sul de São Paulo terminou em tiroteio, com um morto e quatro feridos por balas perdidas. As duas vítimas do assalto também foram baleadas.
O alvo dos ladrões era uma moto Honda Hornet, que era conduzida por dois aspirantes a oficial da PM, à paisana. As vítimas de balas perdidas são duas pessoas que estavam em dois ônibus, dois pedestres e o mecânico Willian da Silva, 25, que estava em sua moto ao lado da moto dos policiais. Silva morreu a caminho do hospital.
Um dos policiais permanecia internado no hospital da PM, com um tiro nas costas. As outras vítimas receberam alta ainda na tarde de ontem.
O crime aconteceu quando os aspirantes a oficial Rafael Ramos, 24, e Rafael de Meneses San Martino, 24, pararam a moto em um semáforo na esquina da avenida Interlagos com a avenida Nossa Senhora do Sabará, por volta das 6h.
Segundo o delegado Luís Fernando Saab, do 99º Distrito Policial (Campo Grande), um assaltante em uma moto amarela parou atrás dos policiais e desceu sacando um revólver. Desconfiado, San Martino teria tentado descer da garupa da moto, a fim de sacar sua pistola.
O criminoso então atirou, atingindo San Martino no tórax e no queixo e Ramos nas costas, segundo o delegado. Mesmo baleado, San Martino atirou duas vezes em direção ao criminoso e entrou em luta corporal com ele, diz a polícia. Um segundo assaltante que pilotava uma moto preta atropelou San Martino, que caiu e derrubou sua pistola -que sumiu.
Segundo a polícia, um terceiro assaltante que estava a pé subiu na garupa de uma das motos e todos fugiram. "Os criminosos queriam a moto, não sabiam que as vítimas eram policiais de folga", disse o delegado.
A polícia não sabe quem disparou a bala que atingiu o peito do mecânico e o matou. "Ele era trabalhador, não fazia nada a ninguém", disse a mulher dele, Ana Paula da Silva, 20.
"Ainda estava um pouco escuro e eu estava sentada na parte de trás do ônibus. Eu comecei a ouvir muitos tiros e vi as pessoas se jogando no corredor do ônibus. Eu nunca tinha visto isso, foi horrível", disse a analista de call center Alessandra Maria Neres, 27, que levou um tiro de raspão no joelho direito.
Em outro ônibus na avenida Interlagos estava o pintor Juarez de Sena Rosa, 28. "Eu estava sentado do lado da janela, quase dormindo, quando começaram os pipocos [dos tiros]. O motorista do ônibus parou e as pessoas se jogaram no chão. Só percebi que tinha sido baleado quando me levantei de novo."
Também foram atingidos o vigilante José Renato Dias, 39, e a auxiliar de produção Maria de Fátima Dias Silva, 40, que caminhavam pela avenida.
O policial aposentado Nicola San Martino, pai de um dos aspirantes, afirmou que o filho e seu amigo só reagiriam a um crime se isso fosse necessário. "São dois rapazes centrados e muito zelosos", disse.


Colaborou o "Agora"


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