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Balas perdidas matam rapaz e ferem outros 4
Tiroteio ocorreu em tentativa de assalto em avenida da zona sul de São Paulo; os 2 alvos dos ladrões também foram baleados
Criminosos abordaram dois aspirantes a oficial da PM, que estavam à paisana em uma moto; os assaltantes fugiram sem levar nada
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma tentativa de assalto no
início da manhã de ontem em
uma movimentada avenida da
zona sul de São Paulo terminou
em tiroteio, com um morto e
quatro feridos por balas perdidas. As duas vítimas do assalto
também foram baleadas.
O alvo dos ladrões era uma
moto Honda Hornet, que era
conduzida por dois aspirantes a
oficial da PM, à paisana. As vítimas de balas perdidas são duas
pessoas que estavam em dois
ônibus, dois pedestres e o mecânico Willian da Silva, 25, que
estava em sua moto ao lado da
moto dos policiais. Silva morreu a caminho do hospital.
Um dos policiais permanecia
internado no hospital da PM,
com um tiro nas costas. As outras vítimas receberam alta
ainda na tarde de ontem.
O crime aconteceu quando os
aspirantes a oficial Rafael Ramos, 24, e Rafael de Meneses
San Martino, 24, pararam a
moto em um semáforo na esquina da avenida Interlagos
com a avenida Nossa Senhora
do Sabará, por volta das 6h.
Segundo o delegado Luís
Fernando Saab, do 99º Distrito
Policial (Campo Grande), um
assaltante em uma moto amarela parou atrás dos policiais e
desceu sacando um revólver.
Desconfiado, San Martino teria
tentado descer da garupa da
moto, a fim de sacar sua pistola.
O criminoso então atirou,
atingindo San Martino no tórax
e no queixo e Ramos nas costas,
segundo o delegado. Mesmo
baleado, San Martino atirou
duas vezes em direção ao criminoso e entrou em luta corporal
com ele, diz a polícia. Um segundo assaltante que pilotava
uma moto preta atropelou San
Martino, que caiu e derrubou
sua pistola -que sumiu.
Segundo a polícia, um terceiro assaltante que estava a pé subiu na garupa de uma das motos e todos fugiram. "Os criminosos queriam a moto, não sabiam que as vítimas eram policiais de folga", disse o delegado.
A polícia não sabe quem disparou a bala que atingiu o peito
do mecânico e o matou. "Ele
era trabalhador, não fazia nada
a ninguém", disse a mulher dele, Ana Paula da Silva, 20.
"Ainda estava um pouco escuro e eu estava sentada na parte de trás do ônibus. Eu comecei a ouvir muitos tiros e vi as
pessoas se jogando no corredor
do ônibus. Eu nunca tinha visto
isso, foi horrível", disse a analista de call center Alessandra
Maria Neres, 27, que levou um
tiro de raspão no joelho direito.
Em outro ônibus na avenida
Interlagos estava o pintor Juarez de Sena Rosa, 28. "Eu estava
sentado do lado da janela, quase dormindo, quando começaram os pipocos [dos tiros]. O
motorista do ônibus parou e as
pessoas se jogaram no chão. Só
percebi que tinha sido baleado
quando me levantei de novo."
Também foram atingidos o
vigilante José Renato Dias, 39,
e a auxiliar de produção Maria
de Fátima Dias Silva, 40, que
caminhavam pela avenida.
O policial aposentado Nicola
San Martino, pai de um dos aspirantes, afirmou que o filho e
seu amigo só reagiriam a um
crime se isso fosse necessário.
"São dois rapazes centrados e
muito zelosos", disse.
Colaborou o "Agora"
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