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BATUCADA
Ritmistas da Peruche e da Imperador surpreenderam a platéia com paradinhas
Cariocas e paulistas disputam
hegemonia das baterias em SP
da Reportagem Local
Cariocas e paulistas travaram
uma disputa particular à frente
das baterias de escolas de samba
no segundo dia de desfiles.
Os principais destaques foram
as paradinhas da Unidos do Peruche e da Imperador do Ipiranga,
que fizeram o público cantar o
samba-enredo das duas escolas.
A Peruche teve no comando da
sua bateria o mestre Paulão, que
veio da escola de samba carioca
União da Ilha do Governador.
"A minha parada é para valer.
Não é como a de outras escolas,
que não se arriscam de verdade.
Eu faço o público cantar e só depois volto no ritmo", disse ele na
madrugada de ontem, logo depois do desfile da sua escola, uma
das mais aplaudidas no Sambódromo do Anhembi.
"Mudei o toque das caixas. E o
pessoal pegou rapidinho", afirmou Paulão, em referência ao que
ele considera um dos principais
instrumentos da sua bateria.
Mestre Dentinho, que desfilou
em seguida no comando da Imperador, surpreendeu o público
ao ficar em silêncio durante 12 minutos. A bateria marcou apenas o
tempo, com batida quase inaudível nas arquibancadas.
Só quando todos os componentes da bateria entraram na avenida é que os tambores explodiram.
""Fiz isso para não errar", disse
Dentinho, que diz ter pesquisado
a acústica da área reservada na
concentração para a bateria. ""No
ano passado erramos na entrada
por causa do som abafado."
A falha deu à escola um indigesto 7,5 no Carnaval do ano passado, quando ela terminou em último lugar. A Imperador só não
caiu para o Grupo 1 porque não
houve rebaixamento.
Dentro da avenida houve outra
surpresa: uma paradinha arriscada, com três sequências diferentes. ""Sou da própria comunidade
mesmo e esse é o nosso som feito
para o Carnaval de São Paulo",
disse o mestre de bateria ao explicar que é paulistano.
Tucuruvi
O desempenho da bateria da
Acadêmicos do Tucuruvi ficou
abaixo do esperado. O mestre Jorjão, conhecido por ter introduzido batidas funk na Viradouro de
Niterói (RJ), em 1997, não fez nada mais que o chamado arroz-com-feijão.
"Foi o que combinamos. Trouxemos ele porque nossa bateria
foi mal no ano passado. Não queríamos arriscar para não correr o
risco de perder pontos", disse o
diretor da escola Edmil Elselam.
Jorjão havia prometido inovar
na avenida com oito paradinhas
militares. Fez seis, que acabaram
nem sendo notadas pelo público.
"Não deu para fazer todas porque o som não estava muito bom.
Eu também não posso ser um maluco, senão eu quebro a escola",
disse Jorjão logo após o desfile.
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