São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2000


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BATUCADA

Ritmistas da Peruche e da Imperador surpreenderam a platéia com paradinhas

Cariocas e paulistas disputam hegemonia das baterias em SP

da Reportagem Local

Cariocas e paulistas travaram uma disputa particular à frente das baterias de escolas de samba no segundo dia de desfiles.
Os principais destaques foram as paradinhas da Unidos do Peruche e da Imperador do Ipiranga, que fizeram o público cantar o samba-enredo das duas escolas.
A Peruche teve no comando da sua bateria o mestre Paulão, que veio da escola de samba carioca União da Ilha do Governador.
"A minha parada é para valer. Não é como a de outras escolas, que não se arriscam de verdade. Eu faço o público cantar e só depois volto no ritmo", disse ele na madrugada de ontem, logo depois do desfile da sua escola, uma das mais aplaudidas no Sambódromo do Anhembi.
"Mudei o toque das caixas. E o pessoal pegou rapidinho", afirmou Paulão, em referência ao que ele considera um dos principais instrumentos da sua bateria.
Mestre Dentinho, que desfilou em seguida no comando da Imperador, surpreendeu o público ao ficar em silêncio durante 12 minutos. A bateria marcou apenas o tempo, com batida quase inaudível nas arquibancadas.
Só quando todos os componentes da bateria entraram na avenida é que os tambores explodiram.
""Fiz isso para não errar", disse Dentinho, que diz ter pesquisado a acústica da área reservada na concentração para a bateria. ""No ano passado erramos na entrada por causa do som abafado."
A falha deu à escola um indigesto 7,5 no Carnaval do ano passado, quando ela terminou em último lugar. A Imperador só não caiu para o Grupo 1 porque não houve rebaixamento.
Dentro da avenida houve outra surpresa: uma paradinha arriscada, com três sequências diferentes. ""Sou da própria comunidade mesmo e esse é o nosso som feito para o Carnaval de São Paulo", disse o mestre de bateria ao explicar que é paulistano.

Tucuruvi
O desempenho da bateria da Acadêmicos do Tucuruvi ficou abaixo do esperado. O mestre Jorjão, conhecido por ter introduzido batidas funk na Viradouro de Niterói (RJ), em 1997, não fez nada mais que o chamado arroz-com-feijão.
"Foi o que combinamos. Trouxemos ele porque nossa bateria foi mal no ano passado. Não queríamos arriscar para não correr o risco de perder pontos", disse o diretor da escola Edmil Elselam.
Jorjão havia prometido inovar na avenida com oito paradinhas militares. Fez seis, que acabaram nem sendo notadas pelo público.
"Não deu para fazer todas porque o som não estava muito bom. Eu também não posso ser um maluco, senão eu quebro a escola", disse Jorjão logo após o desfile.


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