São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2000


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Raul Seixas é homenageado em festival


DANIELA FALCÃO
enviada especial a Salvador

Barracas, coqueiros, adolescentes cabeludos e rock. Não fosse a diferença de 30 anos, a praia de Piatã no Carnaval de 2000 passaria sem dificuldades pelo vilarejo de Arembepe (litoral norte da Bahia) no fim dos anos 60, quando virou paraíso hippie e abrigou até a cantora Janis Joplin.
Para fugir do som da axé music e do pagode, uma legião de adolescentes -e outros nem tanto- se instalou com mochilas e barracas no coqueiral da praia de Piatã -a 30 km do Campo Grande, centro da agitação do Carnaval.
Dispostos a encarar a maratona de 10 horas de rock por noite, durante quatro dias, a maioria montou acampamento em volta do palco em vez de voltar para casa.
"Não dá para ficar voltando para casa todos os dias. O trânsito em Salvador não anda durante o Carnaval", conta o office-boy Rogério Reis, 19, que dividia uma única barraca com 15 amigos. "A gente faz turnos para entrar."
Essa é a sétima edição do Palco do Rock, que neste ano foi transformado em tributo a Raul Seixas, para celebrar os dez anos de morte do roqueiro.
Até terça-feira, 41 bandas terão subido no palco. A maioria toca rock pesado, mas há representantes de quase todos os estilos - do trash metal, a blues, jazz e bandas cover de Raul Seixas.
Pela primeira vez desde que o festival foi criado, haverá a participação de bandas estrangeiras: a Imortalis, de Portugal, que toca trash metal e a Lon Bové, de Los Angeles (EUA), que mescla jazz, blues e rock.
O contato inicial com os estrangeiros foi feito pela Internet. "Há uma rede de bandas alternativas na Internet", diz Humberto Tedão, idealizador do evento.
Como não tinham dinheiro para vir a Salvador e como os organizadores não conseguiam patrocínio, os portugueses convenceram a Prefeitura de Bacelos, onde vivem, a custear as passagens.
Apesar de o festival estar completando sete anos, Tedão só obteve a garantia de que a Prefeitura de Salvador arcaria com os custos de montagem do palco na quarta-feira passada. Resultado: às 20h de sábado, quando o som já deveria estar tocando, o palco ainda recebia ajustes de luz e som.




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