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Raul Seixas é homenageado em festival
DANIELA FALCÃO
enviada especial a Salvador
Barracas, coqueiros, adolescentes cabeludos e rock. Não fosse a
diferença de 30 anos, a praia de
Piatã no Carnaval de 2000 passaria sem dificuldades pelo vilarejo
de Arembepe (litoral norte da Bahia) no fim dos anos 60, quando
virou paraíso hippie e abrigou até
a cantora Janis Joplin.
Para fugir do som da axé music
e do pagode, uma legião de adolescentes -e outros nem tanto-
se instalou com mochilas e barracas no coqueiral da praia de Piatã
-a 30 km do Campo Grande,
centro da agitação do Carnaval.
Dispostos a encarar a maratona
de 10 horas de rock por noite, durante quatro dias, a maioria montou acampamento em volta do
palco em vez de voltar para casa.
"Não dá para ficar voltando para casa todos os dias. O trânsito
em Salvador não anda durante o
Carnaval", conta o office-boy Rogério Reis, 19, que dividia uma
única barraca com 15 amigos. "A
gente faz turnos para entrar."
Essa é a sétima edição do Palco
do Rock, que neste ano foi transformado em tributo a Raul Seixas,
para celebrar os dez anos de morte do roqueiro.
Até terça-feira, 41 bandas terão
subido no palco. A maioria toca
rock pesado, mas há representantes de quase todos os estilos - do
trash metal, a blues, jazz e bandas
cover de Raul Seixas.
Pela primeira vez desde que o
festival foi criado, haverá a participação de bandas estrangeiras: a
Imortalis, de Portugal, que toca
trash metal e a Lon Bové, de Los
Angeles (EUA), que mescla jazz,
blues e rock.
O contato inicial com os estrangeiros foi feito pela Internet. "Há
uma rede de bandas alternativas
na Internet", diz Humberto Tedão, idealizador do evento.
Como não tinham dinheiro para vir a Salvador e como os organizadores não conseguiam patrocínio, os portugueses convenceram a Prefeitura de Bacelos, onde
vivem, a custear as passagens.
Apesar de o festival estar completando sete anos, Tedão só obteve a garantia de que a Prefeitura
de Salvador arcaria com os custos
de montagem do palco na quarta-feira passada. Resultado: às 20h
de sábado, quando o som já deveria estar tocando, o palco ainda
recebia ajustes de luz e som.
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