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MEIO AMBIENTE
Prefeitura do Rio calcula que desastre pode ter atingido até 100 t de animais na lagoa Rodrigo de Freitas
Poluição mata mais de 20 t de peixes
JACQUELINE FARID
da Sucursal do Rio
Uma grande quantidade de peixes mortos foi retirada ontem da
lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul
do Rio), um dos principais pontos
turísticos da cidade.
A Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) estima
que a quantidade de animais
mortos na lagoa possa atingir 100
toneladas.
O biólogo Mário Moscatelli
-um dos maiores estudiosos do
ecossistema da lagoa- estimava
na manhã de ontem em 20 toneladas o volume de peixes mortos. O
trabalho de retirada foi iniciado
no final da manhã de ontem e deve prosseguir hoje.
O secretário municipal do Meio
Ambiente, Maurício Lobo, disse
que essa pode ter sido a maior
mortalidade de peixes na Lagoa
dos últimos sete anos.
As secretarias municipal e estadual do Meio Ambiente divergem
sobre as causas do acidente, que
gerou a a exalação, durante todo
dia de ontem, de um forte mau
cheiro na região da Lagoa.
O secretário Lobo disse que vai
aplicar amanhã uma multa de R$
250 mil à Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgotos do Rio
de Janeiro). É a quarta punição
que a empresa sofre neste ano.
Segundo o secretário, houve vazamento da rede de esgoto ontem
em ruas do Leblon (zona sul do
Rio), o que agravou o acidente
ecológico na Lagoa.
Outro lado
A Cedae informou, por intermédio da sua assessoria de imprensa, que houve somente um
vazamento no Leblon, de água
potável.
"Eu não beberia essa água", disse o secretário Lobo. O presidente
da Cedae, Alberto Gomes, rebateu
ironizando. "Essas acusações são
carnavalescas", disse.
Além disso, a Cedae diagnosticou como causa do acidente a falta de drenagem no canal de acesso
de água do mar à Lagoa desde a
última quinta-feira. A responsabilidade pela retirada de areia do
local (canal do Jardim de Alá, que
divide as praias de Ipanema e Leblon) é da Prefeitura do Rio.
Calor e poluição
A conclusão comum dos dois
órgãos é que os peixes morreram
como resultado da combinação
da alta temperatura da água da lagoa com os índices elevados de
poluição.
O excesso de material orgânico,
agravado pelo aquecimento da
água provocado pelo forte calor,
reduziu o nível de oxigênio para
os peixes.
O presidente da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do
Meio Ambiente), Axel Grael, disse que morreram sobretudo peixes da espécie savelha, mas que há
também traíras e paratis entre os
animais mortos.
O cheiro forte de peixe morto
afugentou ontem os moradores
do Rio e turistas que pretendiam
caminhar em volta da lagoa Rodrigo de Freitas.
A prefeitura da cidade estima
que 300 mil turistas brasileiros e
estrangeiros estão passando o
Carnaval no Rio.
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