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Proteção inédita marca ida de Lula ao Rio
Cerca de 1.200 militares, incluindo pára-quedistas, fuzileiros navais e atiradores de elite, farão a segurança do petista
Presidente visita favelas do Alemão, Manguinhos e
Rocinha para celebrar início das obras do PAC; forças
locais terão ação secundária
MÁRCIA BRASIL
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Um esquema de segurança
inédito protegerá o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
durante os três dias de visita ao
Rio, a partir de amanhã, em roteiro que inclui três núcleos de
favelas -Alemão, Manguinhos
e Rocinha. Só das três Forças
Armadas deverão ser destacados cerca de 1.200 militares,
entre pára-quedistas e fuzileiros navais, integrantes de tropas de elite e combate.
No complexo do Alemão, haverá oito atiradores de precisão
em pontos estratégicos perto
do palanque onde o presidente
discursará. Além do Alemão
(um dos mais violentos aglomerados de favelas do Rio), Lula visitará amanhã a vizinha comunidade de Manguinhos (zona norte) e a favela da Rocinha
(São Conrado, zona sul). Veículos blindados das Forças Armadas estarão nas três favelas.
A visita é encarada pelos militares como oportunidade para conhecer o terreno e preparar a tropa, para o caso eventual
de emprego de militares em segurança pública, questão polêmica que ganha apoio no Ministério da Defesa em razão da
possibilidade de obtenção de
mais verbas para o reaparelhamento das Forças. Militares
ocuparão as comunidades a
partir da noite de hoje.
Lula irá às comunidades para
celebrar o início das obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento). A primeira
visita será ao Alemão, às 9h. Lula não subirá o complexo, onde
desde maio do ano passado já
morreram ao menos 80 pessoas em confrontos envolvendo policiais e traficantes.
Por determinação das Forças
Armadas, responsável pelo esquema de proteção ao presidente, o palanque foi montado
no largo do Itararé, a 1 km do
principal acesso à favela da
Grota, reduto da facção criminosa CV (Comando Vermelho).
O esquema de proteção da visita do presidente Lula será comandado por um general do
Exército designado pelo GSI
(Gabinete de Segurança Institucional da Presidência). O
aparato empregará ostensivamente (com homens uniformizados) unidades operacionais
de elite, como a 9ª Brigada de
Infantaria Motorizada e a Brigada de Infantaria Pára-Quedista -ambas do Exército- e o
Corpo de Fuzileiros Navais, da
Marinha. A segurança pessoal
de Lula, de responsabilidade federal, será tarefa de militares à
paisana (esquema conhecido
por "segurança velada").
Pára-quedistas
No Alemão e em Manguinhos, o Exército escalou 90 pára-quedistas -a Marinha, 40
fuzileiros navais. Haverá ainda
policiais federais, especialistas
em desarmamentos de explosivos, e, em tarefas secundárias,
policiais civis e militares e
guardas municipais.
Chamados de "caçadores" no
meio militar, os atiradores de
elite do Exército formarão duplas, espalhadas por locais estratégicos escolhidos ontem
em vistoria no Alemão. Cerca
de 40 oficiais do Exército, policiais federais e seguranças da
Presidência percorreram as favelas, conversaram com moradores e avisaram que a rotina
amanhã será alterada por causa
da presença de Lula.
Após o Alemão, o presidente
segue para Manguinhos, com
previsão de chegada às 11h40. O
palanque foi montado em frente à escola Juscelino Kubitscheck, fora da região central da
favela, controlada pelo CV.
A visita à Rocinha deve começar às 14h30. Na favela, o esquema de segurança será cerca
de 70% do empregado nas visitas às outras favelas, por ser
considerada pelas autoridades
mais calma que as demais visitadas por Lula. O tráfico na Rocinha é controlado pela facção
ADA (Amigo dos Amigos).
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