|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOSÉ CARLOS BARROSO (1943-2009)
A alquimia de sons do pai da "maracatamba"
DA SUCURSAL DO RIO
"Maracatamba" não foi só a
mistura entre maracatu e
samba, como o nome sugere,
mas também entre soul, funk,
jazz, música caribenha e o que
mais de origem afro coubesse
na cabeça e na boca do trompetista José Carlos Barroso.
Ao criar o nome "maracatamba", Barrosinho patenteou seu modelo mais consolidado de fusão, apresentado
no disco homônimo de 1988 e
em "Barrosinho Live in Montreux - 1988", lançado apenas
em 2002. Mas bem antes ele
já se tornara conhecido como
alquimista de sons.
Ele integrou a Banda Black
Rio, expoente da música negra que, nos anos 70, revelou
Cassiano, Gérson King Combo, Carlos Dafé, Sandra de Sá
e consagrou Tim Maia. Lançados entre 1977 e 1980, os
três discos da Black Rio marcaram época.
Barrosinho começou a estudar música aos seis anos,
por influência do pai, o saxofonista Benedito Gomes Barroso. Tocou em gafieiras nos
anos 60, integrou bandas como a de Hermeto Pascoal e
chegou à Black Rio a convite
de Oberdan Magalhães, seu
colega do Grupo Abolição.
Também acompanhou Raul
Seixas, Gilberto Gil e outros.
No ano passado, lançou o
CD "Praça dos Músicos" e rodou o país fazendo shows. Há
três semanas, teve um problema circulatório que virou
trombose, embolia pulmonar
e, na madrugada de ontem,
aos 65 anos, em falência múltipla dos órgãos. Seu corpo foi
sepultado ontem no cemitério São João Batista, no Rio.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Polícia atira em vendedor e culpa o guarda-chuva Índice
|