São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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MARIA JOSÉ UCHÔA ALVES DE LIMA
(1915-2011)


Curiosa incansável de 95 anos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Recentemente, Maria José Uchôa Alves de Lima tomou aulas de mandarim. Até poucos dias atrás, ela praticava natação três vezes por semana. Maria José tinha 95 anos.
Ao longo do tempo, conta a família, ela conseguiu manter intacta sua intensa curiosidade pelas coisas.
Paulistana, estudou no colégio Sion e depois cursou filosofia na USP, quando a faculdade estava começando. Não exerceu a profissão.
Em 1943, casou-se com o industrial Carlos Moraes e morou um tempo em Ribeirão Preto, onde o marido trabalhou em fábrica de óleos vegetais. Inquieta, lá foi ela tirar brevê com o marido, para que pudessem pilotar.
Quando os filhos eram pequenos -o primeiro nasceu em 1945- passou a fazer ioga num tempo em que a prática ainda não era disseminada.
Os filhos lembram das épocas em que ela estudava russo ou se inscrevia em torneios de tênis. No final da década de 50, decidiu se formar novamente, agora como psicanalista. A exemplo da filosofia, também não exerceu.
Nos últimos anos, começou a escrever contos e poemas. Publicou livros, por editoras pequenas, como "Sete Contos Inverossímeis e Outros". Também se aventurou como pintora de quadros.
Aos 95, morava em casa de dois andares e descia e subia escada sem o menor problema. Segundo os filhos, Maria José era uma mulher muito espontânea e pouco convencional. Era também discreta.
Nos últimos dias, teve uma gripe muito forte e se enfraqueceu, conta a família. Viúva desde 1993, morreu na quinta-feira, deixando três filhos, 11 netos e seis bisnetos.

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