São Paulo, domingo, 06 de março de 2011

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Com passageiros em queda, SP pode ter nova rodoviária

Terminal na Vila Sônia deverá ter linhas para o Sul do país; cidade perde 2 milhões de passageiros em 2 anos

Com 16 plataformas, local ocupará espaço igual ao de três campos de futebol; Kassab lista cinco áreas para obra


JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

No momento em que o número de passageiros transportados em viagens interurbanas de ônibus vem caindo em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) abriu licitação para viabilizar a rodoviária da Vila Sônia (zona oeste), cuja implantação é discutida há mais de 30 anos.
A rodoviária deverá ter 16 plataformas e levará à desapropriação de uma área residencial e comercial de 21.500 m2, equivalente a três campos de futebol. Só o estacionamento terá 13,6 mil m2.
As definições estão em licitação aberta este mês para contratar, por R$ 5,9 milhões, a empresa que fará os projetos básico e executivo, o estudo de impacto ambiental e os laudos técnicos da obra.
Citada pela primeira vez em 1978 na gestão de Olavo Setubal (1975-79), a nova rodoviária é uma das duas que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) pretende construir -a outra, em Itaquera (zona leste), ainda não tem edital.
Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), em 2010, os terminais existentes (Tietê, Barra Funda e Jabaquara) atraíram 8,4 milhões de usuários -em 2008, foram 10,6 milhões.
A nova rodoviária deverá abrigar preferencialmente as linhas intermunicipais que utilizam o Rodoanel e as rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares, como as que ligam a cidade ao Sul do país.
A nova rodoviária também deve receber alguns itinerários que usam as rodovias Anchieta, Imigrantes e Castello Branco, além de conexões com cidades do entorno como Taboão da Serra, Embu, Cotia, Carapicuíba e Osasco.
A ideia é redistribuir as linhas, diminuir a circulação de ônibus e desafogar os três terminais existentes: Tietê (zona norte), Barra Funda (oeste) e Jabaquara (sul).

COMPLEXO
A prefeitura aponta cinco áreas para a instalação da rodoviária, todas ao lado da futura estação Vila Sônia da linha 4-amarela do metrô. A empresa que vencer a licitação vai definir uma delas.
A rodoviária irá integrar um complexo que incluirá ainda um terminal urbano e um corredor de ônibus ligando o Capão Redondo à Vila Sônia e integrando as linhas 4-amarela e 5-lilás do metrô.
Marcos Bicalho, superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) afirma que a medida é boa porque deve tirar ônibus de vias sobrecarregadas, como a marginal Tietê. "Acho que é bom para quem chega a São Paulo", afirma.
Ele diz, porém, que só a política de reduzir a circulação de ônibus é insuficiente e que ela deve vir atrelada a outras para diminuir o total de carros nas ruas.
Já para Márcia Vairoletti, da Associação de Segurança e Cidadania do Morumbi -que engloba Butantã e Vila Sônia-, a prefeitura e o governo têm de parar de anunciar projetos e concluir os já lançados, como a linha 4.
"São planos inviáveis, que causam expectativa negativa nos moradores e levam à especulação imobiliária", diz.
Para ela, a região tem sido particularmente afetada por abrigar vários projetos, como a linha 4, o prolongamento da linha 5 e a futura linha 17-ouro (Congonhas-Morumbi).


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