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Reavaliados, professores obesos são liberados
Aprovados em concurso, docentes haviam sido barrados pelo governo
De 304 professores que passaram por novo exame médico, 223 foram liberados pelo Estado de São Paulo
DE SÃO PAULO
O governo paulista reavaliou a situação de 304 professores aprovados em concurso público, mas que foram
considerados inaptos pela
perícia médica do Estado.
Destes, 223 agora estão aptos a entrar na rede estadual.
Conforme a Folha informou mês passado, docentes
afirmaram terem sido barrados na avaliação do Departamento de Perícias Médicas
paulista por serem obesos.
Os casos suscitaram debate se o governo poderia vetar
os docentes por esse motivo.
A Ordem dos Advogados
do Brasil em São Paulo entendeu que houve discriminação. Houve reclamação semelhante de aprovados com
histórico de depressão.
À época, a Secretaria de
Gestão Pública do governo
Alckmin (PSDB) disse que o
estatuto dos funcionários públicos determina que um dos
requisitos para o ingresso no
serviço público é que o candidato goze de boa saúde.
Dos reprovados pela segunda vez na perícia, 17% foram por obesidade, 18% por
problemas psiquiátricos,
30% por doenças relacionadas à garganta, e o restante,
por problemas diversos.
A reavaliação foi feita com
ajuda de especialistas do
Hospital das Clínicas.
O secretário de Gestão Pública, Julio Semeghini, afirmou que solicitou ajuda do
Hospital das Clínicas em especialidades nas quais não
havia peritos suficientes no
departamento estadual.
Sobre o grande número de
reconsiderações, ele nega
que tenha havido erro na primeira avaliação. "O que os
especialistas na área dizem é
que é um processo normal,
principalmente porque estávamos contratando dez mil
professores ao mesmo tempo", afirmou o secretário.
No primeiro processo, disse Semeghini, os casos foram
avaliados por comissões com
dois ou três peritos. Na reavaliação, foram ao menos três.
Mesmo os novamente considerados não aptos ainda podem recorrer mais uma vez a
fim de garantir uma vaga.
PROTEÇÃO AO DOCENTE
Segundo os dados da secretaria, 73% dos professores
barrados por obesidade que
pediram reavaliação foram
considerados agora aptos.
Foi o caso da professora de
matemática Lídia de Souza,
30, considerada inapta na
perícia anterior, apesar de
atuar na rede há três anos.
"Não tenho palavras para
descrever como isso foi
bom", diz sobre a decisão.
Entre os casos de depressão, o percentual foi de 66%.
Em alguns casos de veto,
afirma o secretário, a ideia foi
proteger o professor. "Alguns com nódulo na garganta, por exemplo, perderiam
totalmente a voz", afirma.
Os aprovados na reavaliação terão acompanhamento
médico, diz a Gestão Pública.
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