São Paulo, sexta, 6 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Naya não comparece a pronunciamento

FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

O deputado Sérgio Naya (sem partido-MG) trocou o pronunciamento que faria ontem na Câmara pela defesa que terá de apresentar à Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Seu depoimento foi marcado para a próxima quinta-feira.
Na noite de anteontem, Naya anunciou que iria à Câmara para dar sua versão sobre o desabamento do edifício Palace 2 (no Rio) e sobre o vídeo veiculado no último domingo no programa "Fantástico" da Rede Globo.
O depoimento marcado para a tarde de ontem havia sido solicitado por escrito ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que lhe concedeu 25 minutos. Temer também colocou a equipe de segurança da Câmara à disposição de Naya.
A Folha apurou que foi preparada uma operação que permitiria ao deputado entrar na Câmara sem ser notado pela imprensa: ele entraria pelas dependências da TV Câmara e iria direto para o plenário. Caso ele optasse pelas entradas convencionais, os seguranças estavam orientados a impedir a aproximação dos jornalistas.
Ao desistir do pronunciamento, Naya desagradou aos poucos parlamentares que aguardavam seu pronunciamento. "Após dar entrevistas às emissoras de TV, ele tinha a obrigação de comparecer ao plenário. Mas é ele quem sabe a melhor maneira de se defender", afirmou o líder o PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE).
"A ausência de Naya é lamentável. Ele complicou ainda mais sua situação, pois pediu o horário e não compareceu", disse o deputado José Genoino (PT-SP).
"Lutei tanto para ele falar. A Mesa deu plena liberdade para ele se defender, pois o deputado ainda está no pleno exercício do seu mandato", afirmou o deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE).


Colaborou Denise Madueño, da Sucursal de Brasília




Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.