São Paulo, sexta, 6 de março de 1998

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Prédio era garantia de dívida com BB

SHIRLEY EMERIC
da Sucursal de Brasília

O Banco do Brasil recebeu da Sersan notas promissórias dos moradores dos edifícios Palace 1 e 2 como garantia de uma dívida de R$ 13 milhões. Agora, a instituição pretende devolver esses títulos à construtora e obter outros em substituição.
Para assegurar a renegociação de R$ 13 milhões com o BB, a construtora entregou diversas notas promissórias dos compradores de seus empreendimentos imobiliários. O banco não informou quanto representam as promissórias do condomínio Palace em relação ao total da dívida da Sersan.
O BB já entrou com ação na Justiça do Rio, depositando em juízo todas as notas promissórias e pedindo a substituição dos títulos.
O diretor de crédito do BB, Edson Soares Ferreira, disse que o banco não escolhe as notas promissórias por empreendimento ao exigir a apresentação desses títulos na garantia. Segundo ele, o banco descartou a hipótese de cobrar a dívida dos moradores e, por isso, resolveu trocar as promissórias.
O juiz poderá mandar a execução da dívida ou deixar os títulos presos. Os moradores terão que entrar com ação na Justiça para pedir a suspensão ou o sequestro desse título, já que o imóvel, objeto da compra, não existe mais.
A negociação da construtora com o banco vem desde 1987, quando a empresa assumiu parte das dívidas da Sérgio Dourado Empreendimentos Imobiliários, que estava em dificuldades financeiras. A Sersan não cumpriu o acordo, e o banco ajuizou uma ação em outubro de 89. Na época, foram penhorados dois terrenos na Barra da Tijuca, que, segundo o BB, garantiam o valor do débito.
A Sersan protelou a execução da dívida na Justiça, com recursos processuais, e apenas em 95 foi fechado um acordo com o BB. Um ano depois, a empresa voltou a ficar inadimplente.
A empresa foi obrigada a voltar a discutir o refinanciamento da dívida e assinou outro acordo em setembro de 97. Na época, além de entregar as notas promissórias, a empresa pagou R$ 450 mil e ofereceu um reforço de penhora de uma ação indenizatória.
Nota do BB informa que as decisões sobre a operação de crédito foram precedidas de análises. "Em nenhum momento houve qualquer liberação de recursos do BB para a Sersan. O cliente assumiu parte das responsabilidades de outra empresa devedora."



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