São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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VIOLÊNCIA

Garota de 11 anos foi estuprada

Justiça decide se menina vai abortar

KAMILA FERNANDES
da Agência Folha

Uma menina de 11 anos, grávida de quatro meses e meio, espera a decisão da Justiça no Pará para saber se pode ser submetida a um aborto. G.C.E. foi estuprada pelo padrasto, o desempregado V.G.F., 37, que já teve a prisão temporária pedida, mas está foragido.
A decisão judicial deverá ser anunciada hoje pela juíza da 3ª Vara da Infância de Belém, Maria Rita Xavier, que solicitou um laudo médico para saber se a menina tem ou não condições de levar até o final a gravidez.
A denúncia do estupro foi da irmã mais velha de G.C.E., 15, que decidiu sair de casa para trabalhar como empregada doméstica e fugir do assédio do padrasto.
Ela afirmou na Delegacia do Menor que já havia falado para sua mãe, E.C.E., que o padrasto tentava estuprá-la. A mãe não acreditou e ficou contra a filha.
Agora, mesmo com uma das quatro filhas grávida, E. continua negando que o marido seja autor do estupro.
Outra irmã de G.C.E., de 13 anos, também afirma que foi estuprada por F.. As duas estão sendo atendidas pelo S.O.S. Criança de Belém. "As duas estão muito abaladas psicologicamente e estamos tentando evitar que elas falem no assunto", disse a assistente social Maria da Graça dos Santos Lima. "Porém, G.C.E. não tem dúvidas de que quer fazer o aborto, ela fala isso o tempo todo."
A gravidez de G.C.E. chegou às 18 semanas, quatro a mais do que é considerado o limite para a aprovação do aborto legal.


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