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VIOLÊNCIA
Garota de 11 anos foi estuprada
Justiça decide se
menina vai abortar
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha
Uma menina de 11 anos, grávida
de quatro meses e meio, espera a
decisão da Justiça no Pará para saber se pode ser submetida a um
aborto. G.C.E. foi estuprada pelo
padrasto, o desempregado V.G.F.,
37, que já teve a prisão temporária
pedida, mas está foragido.
A decisão judicial deverá ser
anunciada hoje pela juíza da 3ª
Vara da Infância de Belém, Maria
Rita Xavier, que solicitou um laudo médico para saber se a menina
tem ou não condições de levar até
o final a gravidez.
A denúncia do estupro foi da irmã mais velha de G.C.E., 15, que
decidiu sair de casa para trabalhar
como empregada doméstica e fugir do assédio do padrasto.
Ela afirmou na Delegacia do
Menor que já havia falado para
sua mãe, E.C.E., que o padrasto
tentava estuprá-la. A mãe não
acreditou e ficou contra a filha.
Agora, mesmo com uma das
quatro filhas grávida, E. continua
negando que o marido seja autor
do estupro.
Outra irmã de G.C.E., de 13
anos, também afirma que foi estuprada por F.. As duas estão sendo
atendidas pelo S.O.S. Criança de
Belém. "As duas estão muito abaladas psicologicamente e estamos
tentando evitar que elas falem no
assunto", disse a assistente social
Maria da Graça dos Santos Lima.
"Porém, G.C.E. não tem dúvidas
de que quer fazer o aborto, ela fala
isso o tempo todo."
A gravidez de G.C.E. chegou às
18 semanas, quatro a mais do que
é considerado o limite para a
aprovação do aborto legal.
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