São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2005

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CRIME NO RJ

Dois presos são espancados até a morte em cela

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dois presos foram espancados até a morte por colegas de cela durante uma rebelião na carceragem da 123ª DP, em Macaé (no norte fluminense, a 188 km do Rio), iniciada na madrugada de ontem. As mortes foram provocadas por uma briga entre presos de facções rivais. Outros 12 ficaram feridos. Morreram os presos Adilson Corrêa, 28, e Daniel Ignácio, 18.
Na carceragem, havia 156 presos -142 são de uma facção criminosa e os 14 restantes, de outra. Os detentos da facção majoritária exigiam a retirada dos rivais das celas, que têm capacidade para abrigar somente 60 homens. Policiais da delegacia não informaram a quais facções pertencem os dois grupos de presos. Parte dos detentos será transferida hoje para outras delegacias.
O delegado Felipe Bittencourt e o tenente-coronel Álvaro Henrique Pessanha negociaram com os prisioneiros o fim do motim.
Entre os sete feridos levados para o Hospital Municipal de Macaé, há pelo menos um em estado muito grave. André Henrique Bazani teve traumatismo craniano e corre risco de morte.
Trinta homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar acompanhavam uma revista na carceragem da delegacia, até a conclusão desta edição.
Em nota, a promotora Manoela Penido Rocha Verbicário atribuiu a rebelião "à inércia do governo estadual, que não tomou a tempo as providências para acabar com a superlotação das celas nem investiu na instalação de uma Delegacia Legal e uma Casa de Custódia no município, que é um dos que experimentam maior crescimento populacional em todo o Rio de Janeiro".
Em novembro passado, promotores inspecionaram o local e encontraram irregularidades "que ultrapassavam todos os limites do suportável, tanto do ponto de vista legal como do ponto de vista da dignidade humana".


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