São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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EPIDEMIA

Países ricos negligenciam Aids, diz ONG

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

A Aids, hoje em dia, já faz parte do grupo de doenças negligenciadas pelos países ricos. Essa é a opinião de Bernard Pécoul, diretor-presidente da organização não-governamental internacional DNDi, sigla em inglês para Iniciativa de Medicamentos para Doenças Neglicenciadas.
Pécoul esteve ontem no Rio para debater com a ONG Médicos sem Fronteiras e com o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, formas de pressionar os países ricos a investirem mais em pesquisas para combater doenças típicas de países em desenvolvimento.
"Quando a Aids surgiu na década de 80, houve todo um esforço de financiamento e de regulamentação dos países ricos para incentivar pesquisas contra o vírus. Hoje, no entanto, 95% dos doentes estão em países pobres. É por isso que há pouco avanço na descoberta de novos tratamentos ou, por exemplo, na pesquisa de novas drogas voltadas para as crianças", diz Pécoul.
Uma das estratégias que a DNDi e a MSF estão adotando é o apoio da proposta brasileira e do Quênia a ser apresentada em maio na Organização Mundial de Saúde. O Brasil tenta pressionar os países ricos a investirem mais em doenças negligenciadas pelos grandes laboratórios farmacêuticos por serem típicas de países pobres.
Para Buss, porém, a chance de aprovação da proposta no momento é muito pequena.


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