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EPIDEMIA
Países ricos negligenciam Aids, diz ONG
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A Aids, hoje em dia, já faz parte
do grupo de doenças negligenciadas pelos países ricos. Essa é a opinião de Bernard Pécoul, diretor-presidente da organização não-governamental internacional
DNDi, sigla em inglês para Iniciativa de Medicamentos para Doenças Neglicenciadas.
Pécoul esteve ontem no Rio para debater com a ONG Médicos
sem Fronteiras e com o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, formas
de pressionar os países ricos a investirem mais em pesquisas para
combater doenças típicas de países em desenvolvimento.
"Quando a Aids surgiu na década de 80, houve todo um esforço
de financiamento e de regulamentação dos países ricos para
incentivar pesquisas contra o vírus. Hoje, no entanto, 95% dos
doentes estão em países pobres. É
por isso que há pouco avanço na
descoberta de novos tratamentos
ou, por exemplo, na pesquisa de
novas drogas voltadas para as
crianças", diz Pécoul.
Uma das estratégias que a DNDi
e a MSF estão adotando é o apoio
da proposta brasileira e do Quênia a ser apresentada em maio na
Organização Mundial de Saúde.
O Brasil tenta pressionar os países
ricos a investirem mais em doenças negligenciadas pelos grandes
laboratórios farmacêuticos por
serem típicas de países pobres.
Para Buss, porém, a chance de
aprovação da proposta no momento é muito pequena.
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