VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na véspera da Páscoa, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o mais movimentado do país, viveu dia de relativa tranqüilidade. Porém, ainda descrentes de que o tráfego aéreo brasileiro funcionaria sem um novo caos no fim de semana prolongado, passageiros chegaram com até cinco horas de antecedência ao vôo.
Pessoas que vinham ou iam a negócios e regressariam no mesmo dia ou no dia seguinte chegaram a fazer o check-in da viagem de volta com antecedência de 24 horas.
Foi o caso do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que chegou ontem a São Paulo às 16h para um compromisso na zona sul e voltaria a Brasília no mesmo dia.
"O país está paralisado. O grave não é o apagão, é o que se vê pela frente, não vejo saída", avaliou o senador.
Por precaução, o engenheiro Fernando Ribeiro, 34, que viajava com a família para o Ceará, chegou ao meio-dia para um vôo que sairia às 17h. Fez check-in sem fila, embarcou no horário, e passou o tempo na leitura de revistas, compradas ali, na livraria do saguão do aeroporto.
"Ainda estou traumatizado com tanto transtorno", disse.

Atrasos
Balanço da Infraero (a estatal que administra os aeroportos) da meia-noite às 18h dava conta de 134 atrasos e 37 cancelamentos entre os 1.366 vôos programados em todo o país.
O maior índice de atraso foi registrado nos terminais de São Paulo. Com 22 atrasos em 241 vôos, Congonhas tinha o pior cenário. Por dia, 630 aviões decolam da pista principal. Em Guarulhos, 18 vôos de 153 programados haviam partido depois da hora prevista. Outras capitais, como Recife e Belém, tiveram quatro atrasos.
Para minimizar eventuais problemas, as empresas aéreas anunciaram que reforçarão suas equipes e terão aviões e vôos extras no feriado.
A TAM diz que terá, no mínimo, três aeronaves de reserva, além de tripulações extras. Serão realizados ainda 14 novos vôos. Já a Gol terá duas aeronaves reservas nos aeroportos de Guarulhos e Galeão, no Rio. A Varig, que não fará vôos extras, afirma que manterá 100% da equipe em operação.


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