|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Há falta de recursos para manutenção, afirma Iphan
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM CONGONHAS E MARIANA
A atenção maior para igrejas
das sedes das cidades históricas
em Minas Gerais, também carentes de cuidados, divide opiniões, mas todos os lados envolvidos reclamam da crônica
falta de recursos.
As igrejas e as capelas do século 18 são muitas no Estado.
Só as tombadas pelo Iphan e
pelo Iepha são cerca de 150. Os
municípios têm cerca de 370
igrejas tombadas, não necessariamente do período barroco.
Recentemente, alunos de especialização em cultura e arte
barroca da Universidade Federal de Ouro Preto, em carta para autoridades, escreveram:
"Não gostaríamos de acreditar
que esse abandono seja justificado pelo fato de tais igrejas encontrarem-se afastadas do circuito turístico."
Para o promotor Marcos
Paulo Miranda, coordenador
da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico,
Cultural e Turístico, isso é real.
"Temos nos deparado com essa
situação rotineiramente. Na
maioria das vezes, nessas capelas há índice maior de problemas envolvendo conservação e
prevenção sobretudo", afirma.
"Da forma como a política
municipal vem se desenvolvendo no país ao longo dos anos, os
distritos sempre enfrentam
maiores dificuldades para ter
acesso aos recursos municipais", diz a vice-presidente do
Iepha, Maria Marta Araújo.
A chefe do escritório do
Iphan em Mariana, Maria Cristina Seabra de Miranda, diz não
haver diferença de tratamento.
De acordo com ela, os recursos
é que são poucos.
No caso da igreja do distrito
de Mariana, em que pese os
problemas estruturais devidos
ao solo, ela diz que o Iphan
"tem ido lá, feito relatórios e
mandado ao dono". "Não somos responsáveis diretos", diz.
Diretor de Patrimônio da Arquidiocese de Mariana, o cônego João Francisco Ribeiro diz
que em comunidades mais pobres as dificuldades para manter as igrejas são maiores.
"A diocese está atenta a essas
igrejas todas, inclusive procurando projeto e verba."
Tombamento
Lélio Mendes, da Secretaria
da Cultura de Mariana, diz que
o município está prestes a tombar o núcleo histórico de Santa
Rita Durão, o que poderá agilizar a recuperação das igrejas.
O Iepha diz que a igreja do Alto Maranhão, em Congonhas,
vai passar por processo de drenagem do solo e que os abalos
causados pela pedreira serão
medidos por seis meses. Maurício Vieira, diretor de Patrimônio Histórico de Congonhas,
diz que a prefeitura vai assumir
a obra emergencial.
(PP)
Texto Anterior: Fora da rota turística, igrejas de Minas correm risco de ruir Próximo Texto: Mortes Índice
|