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ACIDENTE
Forte neblina pode ter motivado a queda; esse é o terceiro caso do ano em São Paulo, equivalente ao total de 2005
Helicóptero cai em serra e piloto morre
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Um helicóptero caiu ontem, por
volta das 10h, em uma área de mata fechada na serra do Itapeti, em
Mogi das Cruzes (região da Grande SP). O piloto, único ocupante
da aeronave, morreu.
Investigações iniciais apontam
o mau tempo como motivo para o
acidente. Uma testemunha relatou que o aparelho voava baixo,
"como se procurasse um lugar
para pousar", tocou a copa de um
eucalipto, caiu e pegou fogo. Havia forte neblina na região.
O helicóptero (modelo Robinson 44, prefixo PT-YGG) era pilotado por Renato Pavão França, 32,
e havia saído de Arujá rumo à empresa de cosméticos Max Love,
em Mogi das Cruzes. O objetivo
era pegar o dono da Max Love,
Valter Mássimo, para transportá-lo até São Paulo. A empresa é a
proprietária do aparelho.
De acordo com a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil), tanto
a documentação do piloto quanto
a da aeronave estavam em dia.
França tinha sete anos de experiência e estava habilitado a atuar
como instrutor. Morador de Guarulhos (Grande SP), estava em fase de separação e não tinha filhos.
Esse foi o décimo acidente do
ano no país e o terceiro no Estado.
Em 2005, ao longo do ano, foram
15 acidentes, sendo três em São
Paulo. O Brasil conta com 997 helicópteros, 456 só em São Paulo.
Há pouco mais de uma semana,
um helicóptero caiu em uma rua
na Lapa (zona oeste de São Paulo). Os três ocupantes -o piloto e
dois funcionários da Eletropaulo- morreram. Segundo o piloto
Fábio Falabella, França era amigo
e havia sido instrutor de vôo de
Átila Limp Mafra, piloto do helicóptero que caiu na Lapa.
No acidente de ontem, o helicóptero caiu em uma região de
mata fechada. "Quando chegamos, a mata ainda estava queimando", disse o comandante do
2º Subgrupamento do Corpo de
Bombeiros de Mogi, Roberto Alboredo Sobrinho, que chegou por
volta de meia hora após a queda.
O acidente foi visto pelo caseiro
Rosalves da Silva e pelo dono de
um pesqueiro, Nelson Ito. Os dois
caminharam uma hora pela mata
até chegar ao local do acidente.
"Tudo indica que o motivo foi a
neblina, que estava muito baixa",
disse o capitão da Polícia Militar
Alcides Dias Correia Neto.
O aparelho ficou destruído, e o
corpo do piloto, carbonizado. A
equipe da Anac chegou ao local
por volta das 16h para fazer a perícia. O levantamento de dados deve ser apresentado em dez dias.
O comandante Carlos Alberto
Artoni, presidente da Associação
Brasileira de Pilotos de Helicóptero, também acredita que a neblina
tenha causado a queda. "Essa região fica assim mesmo nesta época. Tem neblina muito forte."
A decisão de levantar vôo caberia à "experiência do piloto", pois,
segundo ele, o Robinson 44 é um
helicóptero que exige contato visual, ou seja, não está equipado
com instrumentos que permitam
vôo noturno.
A aeronave, usada em todo o
mundo, custa entre US$ 380 mil e
US$ 400 mil.
Colaborou o "Agora"
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