São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACIDENTE

Forte neblina pode ter motivado a queda; esse é o terceiro caso do ano em São Paulo, equivalente ao total de 2005

Helicóptero cai em serra e piloto morre

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO

Um helicóptero caiu ontem, por volta das 10h, em uma área de mata fechada na serra do Itapeti, em Mogi das Cruzes (região da Grande SP). O piloto, único ocupante da aeronave, morreu.
Investigações iniciais apontam o mau tempo como motivo para o acidente. Uma testemunha relatou que o aparelho voava baixo, "como se procurasse um lugar para pousar", tocou a copa de um eucalipto, caiu e pegou fogo. Havia forte neblina na região.
O helicóptero (modelo Robinson 44, prefixo PT-YGG) era pilotado por Renato Pavão França, 32, e havia saído de Arujá rumo à empresa de cosméticos Max Love, em Mogi das Cruzes. O objetivo era pegar o dono da Max Love, Valter Mássimo, para transportá-lo até São Paulo. A empresa é a proprietária do aparelho.
De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), tanto a documentação do piloto quanto a da aeronave estavam em dia. França tinha sete anos de experiência e estava habilitado a atuar como instrutor. Morador de Guarulhos (Grande SP), estava em fase de separação e não tinha filhos.
Esse foi o décimo acidente do ano no país e o terceiro no Estado. Em 2005, ao longo do ano, foram 15 acidentes, sendo três em São Paulo. O Brasil conta com 997 helicópteros, 456 só em São Paulo.
Há pouco mais de uma semana, um helicóptero caiu em uma rua na Lapa (zona oeste de São Paulo). Os três ocupantes -o piloto e dois funcionários da Eletropaulo- morreram. Segundo o piloto Fábio Falabella, França era amigo e havia sido instrutor de vôo de Átila Limp Mafra, piloto do helicóptero que caiu na Lapa.
No acidente de ontem, o helicóptero caiu em uma região de mata fechada. "Quando chegamos, a mata ainda estava queimando", disse o comandante do 2º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Mogi, Roberto Alboredo Sobrinho, que chegou por volta de meia hora após a queda.
O acidente foi visto pelo caseiro Rosalves da Silva e pelo dono de um pesqueiro, Nelson Ito. Os dois caminharam uma hora pela mata até chegar ao local do acidente.
"Tudo indica que o motivo foi a neblina, que estava muito baixa", disse o capitão da Polícia Militar Alcides Dias Correia Neto.
O aparelho ficou destruído, e o corpo do piloto, carbonizado. A equipe da Anac chegou ao local por volta das 16h para fazer a perícia. O levantamento de dados deve ser apresentado em dez dias.
O comandante Carlos Alberto Artoni, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero, também acredita que a neblina tenha causado a queda. "Essa região fica assim mesmo nesta época. Tem neblina muito forte."
A decisão de levantar vôo caberia à "experiência do piloto", pois, segundo ele, o Robinson 44 é um helicóptero que exige contato visual, ou seja, não está equipado com instrumentos que permitam vôo noturno.
A aeronave, usada em todo o mundo, custa entre US$ 380 mil e US$ 400 mil.


Colaborou o "Agora"


Texto Anterior: Há 50 anos: Otan inicia projeto de modernização
Próximo Texto: Justiça: Parentes de Sandra protestam após decisão
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.