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AMBIENTE
Análise mostra que banhistas, em especial crianças, estão expostos a doenças
Areia de Copacabana está contaminada, diz estudo
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Análises da areia da praia de Copacabana, um dos principais cartões-postais do Rio, mostram que
banhistas estão sujeitos a contrair
verminoses, hepatite, micoses e
bactérias. Um relatório elaborado
pela Escola de Ciência e Tecnologia da Unigranrio, a pedido da
Comissão de Meio Ambiente da
Alerj (Assembléia Legislativa do
Rio), atesta a presença de larvas e
ovos do parasita nematódea, que
indica a contaminação por matéria orgânica.
O teste foi feito nos dias 19 e 27,
com a coleta de 30 amostras de
areia em quatro pontos da orla,
do Leme a Copacabana. Os trechos foram escolhidos por estarem próximos a línguas negras
(manchas de esgoto a céu aberto)
e ficam em frente às ruas Aurelino
Leal, Barão de Ipanema, Santa
Clara e Souza Lima.
As causas da contaminação, segundo o estudo, vão desde o comportamento dos banhistas, que
insistem em levar cães à praia, à
falta de saneamento, que leva o
esgoto de favelas próximas à orla
para as praias.
Segundo o responsável pelo relatório, David Zee, não existem
estudos desse tipo no mundo,
porque não é comum fazer análise da areia, mas apenas da água.
A pesquisa é feita de duas maneiras. A primeira é por amostragem: escolhem-se trechos da
praia, coleta-se a areia e analisa-se
a amostra, resíduo por resíduo,
num microscópio. "Começamos
a identificar vermes que são encontrados em intestinos de cães e
gatos e em fezes de pombos."
A outra parte é feita pela lavagem da areia -recolhe-se 50 gramas de areia, que são lavados com
água destilada e esterilizados. A
análise para os coliformes é feita
na água que lavou a areia.
Os maiores alvos de contaminação são as crianças, que pegam na
areia e colocam a mão na boca. As
principais doenças são amebíase,
que causa infecção intestinal; ascaridiose, a popular lombriga; e
oxiurose, a mais freqüente verminose. Adultos são mais contaminados pelos pés e pelo ânus, por
se sentarem na areia.
As melhores formas de o banhista se precaver de contaminação, segundo Zee, são: posicionar-se sempre o mais próximo
possível da arrebentação, já que a
salinização e o movimento do
mar lavam a areia, e comparar a
coloração da areia seca que fica
perto da arrebentação com a do
local onde o banhista pretende se
instalar -se houver diferença, a
área escolhida está imprópria.
A Feema (Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente)
não considera que haja tanta contaminação da praia e aconselha
banhistas a evitar locais de língua
negra e banhos depois de chuvas.
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